sexta-feira, 22 de abril de 2011

Biutiful

Assim que passou o carnaval eu comentei aqui no blog que tinha assistido a um filme muito legal no Cine Com-Tour, o "Biutiful". Prometi que faria um post sobre ele aqui .
Bem, já faz mais de um mês e nada de eu cumprir minha promessa! Confesso que tive sérias dificuldades pra escrever sobre o filme. Uma das coisas que contribuíram pra isso foi o fato de eu ter  lido uma crítica ótima sobre ele (no jornal Folha de Londrina). Fiquei com aquelas palavras na cabeça, e assim,  nada do que eu escrevia prestava!! Então tive a idéia de procurar o autor do texto, e pedir pra publicar a critica dele aqui no blog! Obviamente eu não sou tão cara de pau assim, né? Só fiz isso poque eu conheço a criatura há alguns aninhos! Apresento-lhes o meu amigo Rafael Ceribelli (que foi super bonzinho quando eu pedi seu texto emprestado!) Ele escreve para a Folha 2. Quem acompanha o jornal já deve ter lido várias matérias de sua autoria. Hoje mesmo tem um crítica dele sobre o filme "Dorian Gray." Quem se interessar pela escrita do jornalista poderá ler mais coisas no blog de sua autoria. Acho que vocês vão sentir a diferença, afinal  temos um jornalista de verdade falando aqui! E que também é formado em filosofia, e especializado em cinema, vídeo e fotografia! (sim Ceriba, eu fuçei seu Curriculo Lattes para me certificar hahaha.) Gente, o blog tá subindo de nível, então aproveitem! =) 
Chega de enrolar, aqui vai a círtica do "Biutiful", por Rafael Ceribelli.

"Uma Triste Beleza

Biutiful consegue retratar de forma espetacular várias misérias da vida humana.
 
Uma história de amor entre um pai e suas crianças. Talvez isso resuma, da forma menos cruel possível, a trama que cerceia o longa 'Biutiful', indicado para duas categorias do Oscar neste domingo e que estreia hoje, às 20h30, no Cine Com-Tour/UEL.

Mas não se deixe enganar pelo título. O protagonista do drama é Uxbal (Javier Bardem): dono de um caráter dominado pela ambiguidade moral, o personagem se divide entre o papel de pai carinhoso de duas crianças e o de um negociador de mão-de-obra escrava, no submundo da cidade de Barcelona.

Além disso, Uxbal tem que lidar com sua ex-esposa desequilibrada e viciada em drogas e com a pressão imposta por um policial corrupto, que ameaça não permitir que ele negocie outro grupo de imigrantes; neste meio tempo, Uxbal consegue algum dinheiro extra ao oferecer seus - verdadeiros - dons mediúnicos para quem quiser pagar e fazer contato com o além-vida. Para colocar uma cereja dramática no bolo desta existência conturbada, Uxbal descobre que possui um câncer terminal, e que tem pouco tempo para deixar algum legado para o futuro de seus dois filhos. É possível perceber que poucas coisas são bonitas de se ver nesse longa.

Fortalecido por uma atuação excepcional de Bardem - que lhe rendeu neste ano o prêmio de 'Melhor Ator' em Cannes e uma indicação nessa categoria para o Oscar - a história do longa mexicano tropeça ao cometer vários 'excessos' trágicos, daqueles que fazem o público sair transtornado do cinema e considerando seriamente, na volta para casa, alugar 'Comer, Rezar, Amar' ou até algum filme do 'High School Musical' para tirar o gosto amargo da boca.

Buscando pontuar a narrativa depressiva com uma fotografia repleta de planos 'nublados' e locais claustrofóbicos, o diretor Alejandro González IÀárritu - que fez, junto com seu ex-roteirista Guillermo Arriaga, a aclamada trilogia de 'Amores Brutos', '21 Gramas' e 'Babel' - reafirma mais uma vez sua tese de que é inútil para um homem se rebelar contra a tragicidade de seu próprio destino, e que só nos resta jogar com as cartas miseráveis que a sorte oferece.

Focado em temas como morte e desesperança, 'Biutiful' deveria ser considerado um filme difícil de assistir mas - parafraseando Tom Long, crítico do Detroit News - a fantástica atuação de Javier Bardem faz o longa se transformar em um 'espetacular acidente de trem', daqueles que te arrepiam, mas que você não consegue tirar os olhos. Assista, mas prepare-se."
 
 

Bom, hoje publicamos pela primeira vez um post que não é de nossa autoria, mas queria adiantar que publicar textos de terceiros (amigos e visitantes do blog) está nos nossos planos desde o início! Então, se vc quer publicar sua crítica aqui, é só escrever pra gente! Já fizemos um convite informal para alguns amigos, mas a partir de agora vocês estão oficialmente convidados.  Se alguém tiver interesse é só enviar um email para sessaovazia@gmail.com, aí conversamos sobre!
 
Beijos a todos! Tenham uma ótima sexta-feira santa!
Audrey.
 
 
 

 

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Eles crescem!

Gente, o objetivo do blog nunca foi ficar copiando outras matérias, mas sim escrever algo original. Mas hoje, como já aconteceu outro dia, eu vi uma matéria na internet e fiquei com vontade de compartilhar aqui! Saiu na globo.com, sobre a "pequena miss sunshine", que hoje em dia não está mais tão pequena! Aliás, dona Abigail ficou bem gatinha, de modo que seu nome não atrapalhará muito as paqueras! 

Bom gente, isso é um micro-post mesmo, só porque eu curto ver como estão as crianças hoje em dia! Já fiz isso com "os batutinhas" aqui
Quem quiser ver nossa (ex)barrigudinha pode clicar aqui

Beijos a todos e sejam felizes, afinal hoje é sexta-feira!!
Audrey.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

É brega... mas é legal pra caramba!

Já pensou como podemos gostar de certas coisas que, se pararmos pra pensar, são tão bregas? Não, não to falando de sertanejo universitário (que aprendi a aturar e, porque não, gostar..). To falando de 'Top Gun'. O filmão deslanchou a carreira do Tom Cruise, o galã narigudo e baixinho que andou pulando no sofá da Oprah.

O ano era 1986. E não teve um jovem sequer que não se deslumbrou com o filme. Meu tio, outro parceirão de Fórmula 1, me contou que foi ao cinema não sei quantas vezes assistir ao filme quando jovem. A aeronáutica dos EUA montava bancas de alistamento na saída das sessões para recrutar novos cadetes, o furor estava instalado.

Aviões caça, rivalidade, moça loira e bonitona, ego, disputa para ser o melhor, paisagens incríveis e cenas de ação de tirar o fôlego. Até aí, tudo bem. Mas, vôlei de praia, sem camisa e de calça jeans, com direito a gritinhos de 'uhuuu' de comemoração, tapinhas na bunda do parceiro e tudo? Brega demais! E o que falar da música tema, 'Take my breath away', da banda Berlin? Tudo bem, nem tudo é tão jacu e dá pra livrar algumas coisas da tarja de cafona, como os óculos Ray-Ban aviadores e o clássico visual jeans e camiseta branca. Mas o resto...

E sabe o que é melhor (ou pior)? Gostamos disso tudo. Tá, vou deixar no singular: gosto disso tudo. Se não fosse tão brega, não seria 'Top gun'. Imagine a cena de amor entre Tom Cruise e Kelly McGillis sem 'Take my breath away' ao fundo? Seria um lixo...Imagine a rixa entre Tom e o 'Iceman' vivido por Val Kilmer sem todos aqueles clichês, caras de 'te pego na saída' e sorrisinhos de deboche? Porcaria completa. É isso tudo que fez e faz o sucesso do filme.

Gosto pra caramba desse aqui. A prova? Outro dia gastei minhas pequenas economias comprando o blu-ray, edição especial de colecionador! Tem comentários, storyboards, revelações do elenco e da produção e, claro, como não poderia deixar de ser, O videoclipe dela, a inigualável 'Take my breath away'! Pra quem ficou com inveja:


" Watching in slow motion as you turn to me and say
Take my breath away "

Quer saber? Nem é tão brega assim...

Clint.

Matt Damon e o Iraque

'Zona Verde' é um filme muito bom. Retarata a invasão do Iraque pelos EUA, na fatídica guerra que todos conhecemos bem, transmitida ao vivo pros lares do mundo todo, com direito a bombardeios noturnos filmados com aquelas câmeras especiais que deixam tudo verde e vídeos da derrubada de estátuas do Saddam e do próprio, enforcado, tomando conta do Youtube.

A geração século XXI, que cresce em meio a tanta tecnologia, vive a guerra de um modo muito diferente de algumas décadas atrás. Imagina só, ficar sabendo tudo pelo rádio, imaginando sem poder visualizar, os horrores que, ora longe, ora perto, ocorriam no campo de batalha. Imagina receber notícias de quem se ama e está na guerra por cartas, que demoravam meses para alcançar seus destinos. Pior, imagina a ausência de cartas, notícias, sinais de vida. O que hoje se espalha pelo mundo em milissegundos, antes demorava tempo angustiante, só não maior do que o tempo de ter de volta quem partiu em campanha. Impossível não lembrar da cena de 'O resgate do soldado Ryan' em que a mãe, lavando louça na cozinha, vê pela janela, ao longe, um carro preto levantar poeira na estrada do sítio. Carros pretos do exército não trazem boas notícias, ela sabe, e por isso logo o desespero contido por meses se traduz em choro.

Voltando aos dias de hoje, em meio a tanta informação, difundida pelos mais variados meios, tudo se soube sobre a guerra do Iraque, tudo se viu ao alcance de um clique. Menos as tais armas de destruição em massa que justificaram a investida de Bush no Oriente Médio. Não vou ficar falando disso porque todo mundo já se cansou de ouvir que tudo não passou de um grande desculpa, seja na tv, seja na sala de aula do colégio, do cursinho, da faculdade, seja na conversa de bar, naqueles poucos (ainda bem!) momentos em que o papo fica sério.

O pano de fundo é esse e, então, a ação come solta. Ação de primeira qualidade. Não sou daqueles chatos que só gostam de filme de fora do mainstream. Curto de tudo, e do gênero ação sou fãzaço. Gosto de Rambo, idolatro os 007, curti demais 'Esquadrão Classe A' e surtei com 'Os mercenários'. Mas não tem como negar que aqui o patamar é outro, por conta da proposta, é verdade.

Paul Greengrass é o responsável por tudo isso por trás das câmeras. Foi ele que  reinventou o cinema de ação com a trilogia 'Bourne', que eu amo. O super capacitado espião sem memória vivido por Matt Damon conquistou o público e a crítica e forçou mudanças em franquias consagradas e milionárias, 007 que o diga. 'Cassino Royale' deu outro rumo à série de filmes de James Bond, fortemente influenciado por 'Bourne'.

Greengrass retorna em grande estilo com 'Zona verde', retomando sua câmera trepidante, dentro da ação, com cortes rápidos, montagem ágil e trilha sonora de primeira. Matt Damon, o menino dos olhos de Greengrass, dá conta do recado outra vez e mostra que com ele o chumbo é grosso. Destaque para a edição de som. Esse filme foi feito para assistir em 5.1, com o volume bem alto, pra não perder um vôo de helicóptero ou saraivada de balas sequer. Som bom assim em filme de guerra eu não via desde 'O resgate do soldado Ryan'. 

Além das qualidades técnicas da obra e das circunstâncias históricas explosivas, o roteiro é muito bem amarrado e o final é excelente. Sem essa história de bom moço ou heroísmo, o filme consegue passar uma mensagem de noção de responsabilidade, que tanto homens armados quanto nós, civis da vida pacata, devemos sempre ter. Ponto para Greengrass e Damon, sinal verde para o filme! 

Clint. 

Filme Alemão

E aí, alguém já assistiu um filme alemão? Eu nunca tinha visto! Quarta-feira passada foi minha primeira vez!
Aluguei "A onda". Há bastante tempo eu vi o trailer, e me interessei. Recentemente, num passeio na locadora com meu primo, ele disse já ter assitido e falou todo empolgado do quanto era legal.

OBS: Sim, eu considero a ida à locadora um passeio, e parte insubstituível do programa "assistir a um filme". É por isso que não gosto de baixá-los na internet, nem de compra-los no camelô. Eu gosto de pegar o carro, dirigir até a "Delta", entrar, olhar o encarte com os lançamentos, me perder entre as estantes vendo com as mãos os títulos que me interessam. Gosto de fuçar o recipiente dos pôsteres, mesmo sem nunca ter levado nenhum pra casa. Gosto de olhar as capas das revistas, os brinquedos e souvenirs, os dvds usados que estão a venda. De vez em quando perco alguns minutos na sessão inantil, e vira e mexe saio de lá com um pacote de chips bem cheiroso, ou um chocolate pra comer durante o filme. Desculpem, mas nenhuma ida ao camelô poderá subistituir esses 30 ou 40 minutos que gasto na locadora com muito prazer! É o meu "aquece".

Continuando, quarta "A Onda" foi o meu escolhido. Peço licença para resumir o filme nas exatas palavras do moço que me atendeu na locadora: "é a história de um professor cabeça, com uma idéia cabeça, e uns alunos nada cabeça." Ok, depois dessa vc só pode supor que vai dar merda, certo? E dá.

Bom, vamos escrever direito. O Filme se passa na Alemanha atual, e tem como foco um professor nada convencional e seus alunos do ensino médio. Burt Ross é professor de história, e desde o começo fica claro que suas aulas são diferentes, empolgantes, e que os alunos o preferem aos outros professores tradicionais. (Eu também preferiria um professor que forçasse o debate ao inves de lotar o quadro negro...)

Ross começa a abordar em sala o tema "autocracia." Os alunos dão sinais de que já não aguentam mais a matéria, o que me fez pensar que o nazismo deve ser abordado de forma exautiva na Alemanha. Meninos e meninas reclamam, demosntrando que têm consciência dos horrores implantados pelo regime de Hitler, e insistem que a Alemanha de hoje, moderna e consciente, não tem mais espaço para um regime assim.

É aquela velha idéia de que nós somos incorruptiveis,  e de que com a gente não acontece. Você olha pra trás e julga, com a certeza de que se tivesse vivido tudo aquilo, não teria compactuado com nada daquele horror. Eu tenho essa certeza, vocês não têm? Pois os alunos do professor Burt também tinham.

 Assim, o mestre, que já era adepto de uma forma menos convencional de ensinar, resolve começar uma dinâmica, e simular um regime autocrático dentro da sala de aula. Eleito como líder, ele passa a ditar as regras. Os alunos tem de ficar em pé quando quiserem falar, devem se dirigir a ele se utilizando de um nome específico, e quando questinados deverão dar respostas curtas e objetivas! (Exército?). Sempre trabalhando o tema, ele propõe que os alunos adotem  um nome para identificar o grupo. É aí que surge "A Onda". Em seguida um símbolo (alguém lembrou da suástica?), uma forma própria de se cumprimentarem (hello bracinho esticado em saudação "heil hitler"), e dezenas de outras coisas, como uniforme (camisas brancas) que identificam aqueles que pertencem "À Onda".

E esses elementos trazem de fato unicidade ao grupo! Uma cena que me marcou foi quando o típico excluidinho da turma se ve envolvido numa confusão, e logo outros dois integrantes "dA Onda" o identificam (de camisa branca) em apuros e se aproximam para ajuda-lo. A cena parece simples, mas não é. Isso porque esses dois salvadorezinhos da pátria aparecem no começo do filme justamente implicando (bullying?) com aquele que agora eles querem proteger. São um grupo, são um só, agora é diferente. Na minha opinião essa é a cena que marca a virada do filme, ao demosntrar a força do sentimento de identidade.

Com o tempo, "A Onda" extrapola os limites da sala de aula e deixa de ser formada apenas por alunos do prefessor Burt, pois cada vez mais pessoas se sentem seduzidas pelo grupo, desejando fazer parte dele. Os integrantes do movimento, que só aumenta, tratam com desprezo aqueles que dele não participam. Surge o sentimento de inferioridade e de exclusão para aquele que ficam de fora.

Os participantes "dA Onda" começam a implicar com outras "tribos", e vão sentindo uma necessidade cada vez maior de mostrar que o seu grupo é melhor e mais forte. É mais ou menos por aí que a coisa desanda. O espectador vai ficando tenso, junto com alguns alunos, que percebem que as coisas estão saindo do controle, e tentam alertar os demais, a escola, o professor!

Bom, se eu contar mais estraga! É obvio que todo mundo já percebeu que a coisa vai ficar (bem) feia! Eu mesma começei o post deixando isso claro. Mas a forma com que isso acontece, de um jeito tão rápido, e até natual, é que arrepia a gente.

Quando o filme chega ao fim, e tudo já deu errado, os envolvidos, em choque, caem em si. Mas assumir a sua parcela de culpa é sempre difícil. Mais fácil é culpar o líder, dizer para os outros e para si mesmo que você foi envolvido, convencendo-se de que dessa forma, você não é responsável por nada. Engraçado eu ter feito um parágrafo só pra falar disso, sendo que o filme não gasta nem um minutos nessa tarefa. Mesmo assim, consegue resumir em uma única cena tudo o que eu falei agora. Uma cena em câmera lenta aliás, de um professor desolado, deixando um colégio sob olhares crucificadores.

E ao término dessa cena, quando o filme relamente acaba,   aquela sensação de superioridade que você experimetou nos primeiros minutos, junto com aqueles alunos que tinham certeza que a Alemanha moderna (e por que não o Brasil?) não tem mais espaço para um regime Nazista, foi embora, deixando em você um oco que só não é completo porque você preenche de questionamentos.

Até onde nós somos corruptíveis? Até onde enxergamos o que é certo e o que é errado? Somos capazes de nos sacrificar? Pelo que? E de sacrificar os outros, em prol de um objetivo comum? Até que ponto isso é bom ou ruim? E se uma nuvem de fumaça cobrir nosso olhos? Será que conseguiriamos enxergar além da fuligem? E enxergando, faríamos algo para dissipá-la? Eu imagino que essas sejam perguntas que todos nós já nos fizemos alguma vez na vida. Eu pelo menos já. Mas depois desse filme, é como se eu tivesse descido do meu pedestalzinhdo de bondade pra questinar qual o tamanho da minha fraqueza, DE VERDADE.

beijos a todos,
Audrey.

ps: Procurando imagens sobre o filme descobri que uma das personagens, Lisa,  é interpretada pro uma brasileira! Veja mais aqui.

Cinema e música

Programa imperdível pra quem curte cinema, música e mora em Londrina: hoje à noite, às 20 horas, no Teatro Ouro Verde, a orquestra sinfônica da UEL faz apresentação com temas de filmes. A entrada é gratuita e a seleção promete ser das melhores. Acabei de ouvir uma palhinha do tema de Jurassic Park na TV, empolguei! Vamos conferir!
Outra dica: tem um DVD excelente pra quem curte trilhas clássicas, 'Morricone por Morricone - Eu amo cinema e música'. O compositor e maestro Ennio Morricone, italiano, é o responsável pelas trilhas de clássicos do spagheti western como a trilogia dos dólares, encerrada magistralmente por 'Três homens em conflito'. Além disso, são dele também os temas de 'Cinema paradiso', 'Era uma vez na América', 'Os intocáveis' e 'Era uma vez no oeste', dentre os mais de 400 filmes embalados por suas músicas. No DVD, Morricone rege a orquestra filarmônica de Munique, que executa seus maiores sucessos. Pra dar um gostinho, o clipe da música 'Ecstasy of gold', do final eletrizante de 'Três homens em conflito':



Recentemente, Morricone participou da trilha de 'Bastardos inglórios', o sucesso de Quentin Tarantino. As trilhas dos filmes do Tarantino são conhecidas por seu bom gosto que mescla estilos diferentes, criando efeitos incríveis em seus filmes. É música western em duelo de espadas samurai, rock em cena da segunda guerra e por aí vai. Vale conferir o CD da trilha de Bastardos, comprei e não me arrependi! Lembra da cena da Shosanna se maquiando para a grande noite? Destaque pra música que torna tudo mais empolgante! E pra matar a saudade, a cena que me fez chorar de rir, literalmente! Fazia tempo que não ria gostoso no cinema, mesmo em filmes de comédia, o que não é o caso:


Arrivederci!

Clint.  

domingo, 10 de abril de 2011

Aqui se come bem

Sou descendente de italianos e falar de máfia e cozinha no último post me deixou varado de fome. E não é raro sairmos de uma sessão (mesmo que regada a pipoca) com fome, inspirados por banquetes, fast foods e guloseimas degustados pelos personagens nas telas. Como to com fome e curto demais listas, rankings e afins, faço aqui meu TOP 5 de refeições do cinema!

ADVERTÊNCIA: nem todas são deliciosas ou provocam desejos de comer. O critério de seleção pessoal aqui utilizado leva em consideração quão marcantes as cenas de refeição são, por mais estranhas e asquerosas que pareçam. Vale aqui não só ser apetitosa, mas sobretudo memorável.

5- 'Os bons companheiros', com a cena já relatada no post anterior. Deixar um cadáver esfriando no porta-malas só pra não perder a chance de comer a comidinha italiana da mama, isso sim é gostar de comer. E eles não só comem, como dão risada, bebem, enchem a velhota de carinho e relaxam com os guardanapos pendurados em volta do pescoço. O morto vai ter de esperar.



4- 'Indiana Jones e o templo da perdição' deixa qualquer um faminto com a cena do banquete. Insetos, minhocas e cérebro de macaco no jantar que inspirou as provas malucas de 'No limite'. Impagável a cara de Harrison Ford a cada prato que é colocado à mesa. Indy mandando ver com o garfo.



3- 'Pulp fiction' empolga em vários momentos, e não tem como negar que o jantar de John Travolta e Uma Thurman naquele restaurante pra lá de estiloso é um dos pontos altos do filme. Ao invés de mesas, carcaças de Cadillacs e outras barcas cinquentonas. No lugar de garçons e atendentes, Marilyn Monroes e James Deans patinadores. Com direito a filé mal passado, milk shake e dancinha mítica no palco, descalços.




2- 'A dama e o vagabundo'. Clássica, copiada inúmeras vezes (inclusive em Shrek, rei das referências bem humoradas), presente no imaginário popular. Depois dessa cena, comer macarrão a dois nunca mais foi a mesma coisa.



1- 'Hannibal'. Dr. Hannibal Lecter, com seu peculiar apetite, apresenta a um japinha os prazeres de degustar carne...humana! Mas como a viagem é longa e ninguém quer usar aquele saquinho do avião, um cerebrozinho, bem leve, deve ser mesmo o mais adequado. Trilogia arrepiante, iniciada por um dos thrillers de maior sucesso (e qualidade) da história. No menu da locadora, pouca coisa vai saciar tanto sua fome de bons filmes quanto 'Silêncio dos inocentes'.


Clint.

Os bons companheiros

"As far back as I can remember, I always wanted to be a gangster".
E assim começa um de meus filmes favoritos, com certeza entre os 10 que mais curto. 'Os bons companheiros', de Martin Scorsese, um de meus diretores favoritos, é daqueles filmes que já vi inúmeras vezes, e cada vez me surpreende como a sequência de cenas que duram umas três horas é deliciosa de ver.
Máfia, Itália, pasta, comida da mama, família. O filme fala de tudo isso, não só de um trabalho proibido e perigoso, mas de um estilo de vida. Ray Liotta não trabalha como gângster, ele é um gângster. Assim como Robert de Niro e Joe Pesci, ganhador do Oscar de melhor ator coadjuvante de 1991 por este filme, discursando breve, como você já deve ter visto aqui.
Mais do que um meio de ganhar a vida, ser gângster é um meio de viver a vida. É disso que o filme trata, e é nisso que mais encanta. Talvez seja esse o principal traço distintivo para os demais filmes de máfia, dentre eles o maior de todos, 'O poderoso chefão'. Nas palavras do protagonista vivido por Ray Liotta, ser gângster era, para eles, melhor do que ser presidente dos EUA. Você sabe que pertence a uma família, pára o carro onde quiser, come onde quiser, senta nas melhores mesas, toma os melhores drinques, é respeitado, amado ou, pelo menos, temido. 
O negócio mais lucrativo dentro dessa vida glamurosa? Dar proteção a quem não pode pedi-la à polícia, ou seja, proteger outros gângsteres que mexem com outros negócios. Respeito como a base da pirâmide, e tudo tende a dar certo.
O filme é uma ode à camaradagem da máfia, daí o título. Mas, se por um lado romantiza e mostra o lado glamuroso da 'famiglia', por outro escancara com crueza, em muitos momentos, o 'salve-se quem puder' e o 'cada um por si' quando a coisa aperta. O final que o diga. 
A ambientação é perfeita e a escolha de elenco, insuperável. E com o palco armado, Scorsese desfila suas habilidades de diretor ímpar, tornando o espetáculo ainda mais impressionante. Cenas clássicas e memoráveis se sucedem, deixando o espectador numa constante dúvida: 'qual será a melhor?'. Não consigo eleger uma isoladamente, mas com certeza uma das mais marcantes é a entrada no restaurante, em primeira pessoa. É ali que você se sente como um deles, e tudo faz mais sentido. A câmera serve de olhos do gângster que adentra um restaurante de luz avermelhada. Enquanto se desloca até sua mesa, uma sequência de cumprimentos, reverências, comentários sobre os camaradas ali presentes e a sensação de todo o glamur e euforia que permeiam a vida de um gângster.
Se achar poderoso é entrar na balada pela fila dos vips, pagando muito. Ser de fato poderoso é entrar pela porta da cozinha, cruzar as panelas fumegantes, cumprimentar a todos pelo nome e receber em troca olhares respeitosos e sentar-se numa mesa até então inexistente, colocada à beira do palco exclusivamente em razão de sua chegada, regada a vinhos enviados pelos vizinhos de mesa em sinal de reverência. Tudo sem pagar nada. A moeda aqui é o respeito, é o medo. Isso é poder, isso é máfia. 
Ser gângster é ser poderoso e, ao mesmo tempo, não esquecer-se da família, sobretudo da figura sagrada da mama. Em outra das cenas clássicas, o trio central, levando um cadáver no porta-malas, para na casa de um deles, o personagem vivido por Joe Pesci, para pegar um pá e então enterrar o corpo. Eis que, no meio da noite, a mama ainda está acordada, velando por seu filho fora de casa até tão tarde. Daí, não tem como recusar um jantarzinho italiano preparado na hora. A comida esquenta no fogão, enquanto o corpo esfria no carro. Dizer não à mãe, aqui, é o pior dos crimes.
Em filme de máfia, é na cozinha que tudo acontece. Negócios, acertos de contas, reuniões, diversão, família, tudo gira em torno das panelas, das salsichas, das massas e do molho de tomate. Máfia é tradição, cozinha é tradição, ambas não poderiam desdar as mãos. 
Não posso deixar de registrar a maestria de Scorsese e Joe Pesci na cena em que, outra vez em um restaurante, o baixinho invocado deixa transparecer toda a sua personalidade em meia dúzia de falas e muita linguagem corporal. Basta uma cena, poucos minutos, pra que o personagem se desenhe à frente dos olhos do espectador, de forma sutil. Não pense se tratar de um personagem superficial, pelo contrário, não é daí que decorre a facilidade em revelar sua essência. Trata-se de um trabalho genial do ator e do diretor, que não consigo descrever mais. Só assistindo mesmo pra entender. Sabe quando você assiste a um filme inteiro e termina sem sacar qual é a do personagem, quais suas motivações e jeito de ser? Pois então, aqui cinco minutos são suficientes. Diante de tantos personagens rasos no cinema, o gângster de Joe Pesci transborda. Oscar merecido. 
'Os bons companheiros' é tudo isso e muito mais, um novelo que se desenrola (ou enrola cada vez mais) até o final impagável. Tudo montado pela editora frequente dos filmes de Scorsese, Telma Schoonmaker, ganhadora do Oscar. Sabe o ritmo que impressiona em todos os filmes do cara, como 'Taxi Driver', 'Os infiltrados', 'Touro indomável'? Pois bem, é dessa Telma o mérito. A mulher transforma os rolos de dezenas de horas de filmagem do diretor em compilados de cenas orgânicos, que tornam-se pérolas do cinema. 
Máfia, Itália, pasta, comida da mama, família, poder. Você ainda não foi assistir?

Clint.

Comédias Românticas

Falei bastante sobre comédias românticas no post "domingo tem cara de cinema".  Indiquei meus favoritos mas não coloquei os trailes, coisa que eu gosto de fazer! Então, como estou sem saco pra escrever alguma coisa decente resolvi posta-los hoje!








"Click", "Como se fosse a primeira vez" e "A verdade nua e crua" (na ordem) sem legendas porque eu não achei com pra vocês treinarem o inglês!




Por fim, "A verdade nua e crua".

Quem já enjoou desse assunto levanta a mão! o/ o/ o/
Eu juro que eu assisto outras coisas, tá?  É que eu queria postar os vídeos de uma vez, aproveitando que tenho escrevido sobre, porque se eu deixasse pra depois ia ficar meio perdido...

Estou preparando um post sobre um filme bem legal que eu vi semana passada, assim que eu tiver coragem pra terminar der eu publico!

PS: falei com o Clint hoje, e fiquei MUITO feliz em saber que sim, ele está vivo! Querido, eu sei que meu desemprego maior tempo livre faz com que eu possa me dedicar mais a esse nosso espaço, mas estamos sentindo sua falta, ok?

PS2: Como eu estou engraçadinha hoje! Parece que descobri ontem que dá par escrever riscadinho!

beijos,
Audrey.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

E não é que o cisne me fez rir?

Bom, já que eu estou num momento totalmente comédias românticas, vide o post anterior, vou aproveitar pra falar sobre o filme que assiti no domingo: "Sexo sem compromisso".
Eu já havia elogiado o "Esposa de mentirinha", com Adam Sandler, certo? Pois arrisco a dizes que "Sexo sem compromisso", com Natalie Portman e Ashton Kutcher é ainda melhor!

Na verdade, apesar de pertencerem ao mesmo gênero, os dois filmes são bem diferentes. Enquanto o filme de Sandler aposta num humor mais escrachado (e nem por isso menos divertido), o filme de Portman é mais sutil. Talvez por isso mais real, e talvez por isso eu tenha me identificado mais. É , acho que foi isso que me conquistou, a verdadeira possibilidade de viver tudo aquilo, ou de já ter vivido um pouquinho, nem sempre como personagem principal, já que os amigos também  protagonizam comédias românticas ao nosso redor.
É claro que o filme se vale um pouco do  exagero, já que a caricatura emprega humor, mas guardadas as devidas proporçoes, não deixa de ser possível.

O clichê também está presente, e  o final não deixa de ser previsível, (e qual filme água com açucar não tem esses elementos?), mas eu prometo, o filme é muito legal! Conta a história de um casal que se encontra apenas para o sexo, sem pretensões de envolvimente. Deixando de lado o bom-mocismo e a hipocrisia, trata-se de uma sitação  a primeira vista bem confortável. Não estou falando de promiscuidade, mas de alguém que você gosta (mas não ama), e daquelas necessidades sexuais, que até seu cachorro tem. Que beleza, ter sexo à disposição, vindo de alguém com quem vc tem afinidade real (lindo como Ashton Kutcher), mas que você não precisa apresentar pra família, ou discutir. E assim os protaginistas combinam. Sem ciúmes, sem cobranças. Esqueçam as partes ruins, vamos ficar só com que há de melhor (e isso significa limitar o envolvimento). Aham, lindo na teoria! Mas na prática acho que não dá muito certo...

A questão é que o filme não carrega no drama em momento algum! É leve do começo ao fim! A química dos protagonistas é sensacional, e algums cenas são impagáveis. (Estou me coçando pra citar algumas, mas vou me controlar pra não perder a graça!) 

Fiquei impressionada com a atuação da Natalie, mais uma vez. Ela é tão maravilhosa no drama, que achei esquisito ve-la no cartaz desse filme. Mas eu garanto, ela está sensacional! Engraçada, natural e muito verdadeira. Dona grávida é mais versátil do que eu imaginava. (A idiota fui eu, em subestimá-la.)

Ah, não posso esquecer de contar que essa foi a sessão mais participativa que eu já vi desde Xuxa e os Dunedes, quando as crinaças batiam palmas. A plateia ria junto, xingava junto, mandava aquele: "nooossa" e "vishhh", sonoro. Sério, isso fez do filme ainda mais especial.

E meninos, por favor assistam! TODOS  os meus amigos que foram ver adoraram! O moço que sentou atras de mim  (e que tinha uma namorada muito gostosa  linda) também ficou visivelmente empolgado. Vão, nem que seja para ver Natalie (mais gordinha e feliz que em Cisne Negro) e suas pintinhas. Vocês não vão se arrepender!

Ganhei o dmingo com esse filme, e espero que vocês também ganhem algum dia da semana com ele!

Beijos,
Audrey.

ps: vou deixar o trailer, como de costume!


domingo, 3 de abril de 2011

Domingo tem cara de cinema!

Para quem, assim como eu, adora pegar um cineminha no domingo, vim deixar algumas dicas!
No cine Com Tour (já falamos sobre ele no post "Uma alternativa para os londrinenses" ), está passando o Filme "O vencedor", que foi candidato ao Oscar de melhor filme. O Clint escreveu uma critica sobre ele aqui.
Para quem pretende dar uma voltinha no shopping, que é para onde todos os londrineses vão em dias chuvosos, aqui fica o link para acessar a programação do cine Araújo.

Confesso que não tenho ido ao cinema como costumava e como gostaria, mas assisti recentemente o "Esposa de mentirinha" com Adam Sandler, Jennifer Aniston e Nicole Kidman. Eu adoro uma boa comédia romântica, e posso afirmar que essa é muito legal!! Os filmes do Adam Sendles costumam  ser muito divertidos, né?? Na verdade o último que eu vi dele "Eu vos declaro marido e... Larry" foi uma grande decepção!! Beeem chatinho!! Mas esse que está em cartaz vale a pena!!

O filme conta a história de um médico que se utiliza de uma falsa aliança para conquistar mulheres!! (Eu bem que já ouvi essa história de que aliança não repele, atrai!!! Piriguetes!!!!). Mas um dia ele acaba se enrolando com isso, se apaixona pela conquista da vez, inventa que tem de fato uma esposa, mas que está se divorciando. A moça que não quer ser enganada faz questão de conhecer essa ex, e como ela não existe, ele pede para sua secretária interpreta-la. ( Rachel  Jenniffer Aniston). Os filhos da secretária, (duas crianças muito fofas e engraçadas) também acabam envolvidos na história,  que rende boa risadas!! Já disse que adoro as crianças prodígios!! Quem adivinha o final??? É obvio né gente??? hahaha! Mas tratando-se de comédias românticas isso não importa! O final é sempre previsível mesmo, o que interessa é como a história se desenvolve, e essa é diversão na certa! Se você está fugindo de dramas ou de filmes que exijam um mínimo de concentração, e quer algo leve pra fechar bem seu final de semana, não tenha dúvidas, vá de "esposa de mentirinha"!!



Agora, se apesar de querer exatamente isso, você não está a fim de se arrumar e sair de casa, e prefere ficar de pijamas no sua própria sessão vazia sala de tv, aqui vão algumas dicas!

Vou começar com meus favoritos do Adam Sandler, já que estamos falando dele! "Click" e "Como se fosse a primeira vez" são sensacionais!

Outras duas comédias românticas que além de serem muito fofas me fizeram rir de verdade foram "Como perder um homem em dez dias" e "A verdade nua e crua".
Garanto que agrada tanto as mulheres quanto os homens!

Esses são dem dúvidas meus títulos favoritos do gênero!!

Tenham um bom domingo chuvoso! Beijos a todos,
Audrey.

Os batutinhas

Estava aqui, navegando inutilmente na internet e encontrei um site interessante no ocioso. Me deu muita vontade de mostrar isso pra alguém!! Então resolvi postar aqui no blog!
Quem não se lembra desse filme, gente??? Quem não assitiu mil vezes quando criança??? Agradava tanto as meninas quanto os meninos, era unanimidade!!!
Se lembram da corrida de carros?? E que o carro dos batutinhas foi feito com o motor de uma máquina de lavar? (era isso mesmo ou minha memória está me enganando??)
E aquele clubinho de madeira? Quem nunca desejou ter um!!! O líder batatinha, e o ultra romântico Alfalfa todo engomadinho com aquele espeto no cabela à la Nino do Castelo Rá-Tim-Bum com certeza marcaram nossa infância!! O cachorro com a mancha no olho, o macaquinho companheiro, e a fofíssima cena : "Tenho dois picles, tenho dois picles, hey hey hey hey!!!"
Tô me esforçando muito pra lembrar o nome da namoradinha do Alfalfa (olhar no google não vale, ok??) e não vem!Vocês se lembram de mais alguma cena legal?
Bem, se querem ver como estão os atores hoje em dia, cliquem AQUI. (a imagem foi roubada de lá! =)

Ai que saudadeee!!!! Me deu MUITA vontade de assitir de novo!

Beijos a todos,
Audrey. 

sexta-feira, 1 de abril de 2011

O que é tristeza pra você?

Gente, esse post foi totalmente clonado inspirado em outro site ok??
Então vamos aos créditos!

Meu primo me mandou o link: www.oqueetristezapravoce.com.br e eu entrei pra conferir. Trata-se de  "uma série de Mini-Documentários que circundam o projeto Thomás Tristonho, cujo carro-chefe é um curta-metragem de mesmo nome. Os artistas envolvidos nele revelam suas perspectivas a respeito do tema "Tristeza", enquanto somos apresentados aos seus traços."

Aqui vai um curta, espero que gostem!
Eu me identifiquei! (Esses recém formados...)




“A tristeza em um certo sentido é boa, ela deixa você ver coisas que a alegria não deixa.”
“Quem está desempregado é porque está procurando serviço no lugar errado.”
“Fazer o que a gente não gosta é o pior desemprego do mundo. É um desserviço pro espírito.”

beijos,
Audrey

Professorinha de merda!

Nós nunca publicamos nada sobre um filme brasileiro, hoje será a estreia. Confesso que se não vejo no cinema acabo não locando depois, porque quando vou até a locadora acabo me perdendo em meio a tantos títulos que me seduzem, e os filmes nacionais dificilmente são os escolhidos do dia.

Mas hoje aconteceu uma coisa interessante, eu assiti a um filme que passou na Globo! Vi as chamadas durante o dia e me interessei. Agora aqui estou eu, escrevendo sobre ele.

"Verônica" conta a história de uma professora do ensino público do  Rio de Janeiro que fica até tarde na escola cuidando de um aluninho que aparentemente foi esquecido pelos pais. A noite cai e ela decide leva-lo pra casa. O garoto, Leandro, vive na favela, e quando os dois chegam no local em que ele mora, a rua está tomada pela polícia. Os pais haviam sido assassinados, e aparentemente os traficantes que executaram o casal também estavam atrás do filho. 

Verônica, a professora, leva o aluno para a sua própria casa  e descobre que a criança carrega no pescoço um pen drive, que o pai lhe entregou horas antes de morrer. Ao acessar o conteúdo do dispositivo, ela descobre o motivo do assassinato, e percebe que a polícia também está ligada às mortes dos pais de Leandro.

Assim, sem ter a quem pedir ajuda, e sem poder confiar nas autoridades, ela inicia uma fuga, onde enfrenta tanto policiais quanto traficantes, para preservar sua vida e a do garoto.  

O filme tem tanta ação quanto drama. Tem um ritmo acelerado, que não chega a ser frenético, mas te prende o tempo todo! Ação definitivamente não é meu gênero favorito. Não gosto de nada extremamente acelerado, pra mim é o mesmo que jantar com pressa, você não sente o gosto direito. Por isso achei o ritmo do filme ideal. Também não sou fã de perseguições de carro, explosões e coisas do gênero. (Mas eu respeito. Não sou daquelas que vai assistir "Duro de matar" e fica o tempo todo dizendo "que rídiculo, isso é impossível!!!". Acho que quando vc assiste um filme, tem que embarcar na proposta. Enfim, respeito, mas não adoro!) Achei o filme incrivelmente realista nas perseguições. Nada mirabolante ou holliwoodiano (ficaria até ridículo), e nem por isso menos interessante!

Quanto ao drama, é daqueles que cativa. A professora cansada e sem paciência, que está quase se aposentando e perdida nos seus prórpios dramas; a doença da mãe e a relação estranha com o ex-marido, encontra naquele menino o ânimo pela vida, a vontade de começar de novo. Leandro por sua vez, sozinho no mundo, vê na professora a única chace de sobreviver, e de ter uma família de novo. Em meio a toda a tensão das fugas, os dois constroem uma relação. As cenas são simples, com poucos diálogos, tocantes, sem serem piegas. (Eu resiti bravamente e não chorei, só pra constar.)

Andréa Beltrão está ótima no papel da protagonista, assim como o menino que interpreta Leandro! Gente, eu adoro essas crianças prodígios, que dão show de interpretação!! (Aliás, o moleque já deve estar grandinho, porque o filme é de 2006. Alguém reconhece a carinha dele??)
O diretor, Maurício Faria, é um dos diretores de "A grande família," o seriado, e foi ele que dirigiu o filme com o mesmo nome. Ou seja, é coisa boa né?!  

Vou deixar o trailer pra vocês! Espero que se animem! Sei que a maioria não é fã de filme brasileiro, mas deixando o preconceito de lado, é bom valorizar o que é nosso de vez em quando! E essa é uma boa pedida, garanto!


beijos,
Audrey.

segunda-feira, 28 de março de 2011

O menino mais feliz do mundo.

São Paulo, 10 de abril de 1999, sábado, 2 horas da tarde. Calor, sol, um gordinho dentuço com um boné do Rubinho Barrichello, à época na Stewart (!), enfiado na cabeça raspada. Olhar afoito, procurando o que ainda não se via na pista vazia de Interlagos. Até que surge um burburinho, a galera em volta se agita e, lá do outro lado do circuito, rasgando a reta oposta, surge a Jordan amarela de Damon Hill. Depois do barulho, é claro, que já impressiona mesmo vindo lá de longe. O carro serpenteia pelo miolo da pista, some por alguns segundos depois da curva da junção e irrompe na reta dos boxes, levantando o gordinho e mais as setenta mil pessoas presentes em Interlagos. Os poucos pêlos do braço arrepiados, um sorriso que mal cabe no rosto, entre as bochechas enormes. Aquele barulhão que ecoa lá dentro do estômago e volta em forma de grito de euforia. Olho pro meu pai e vejo nele o que provavelmente ele viu em mim. Brigado, pai, por me fazer o menino mais feliz do mundo naquele dia.
Muitos anos se passaram, muita coisa mudou.  Todos crescemos, encaramos vestibular, paixõezinhas, paixõezonas, faculadade, estágio, (des)emprego...mas tem coisda que fica e se renova. Na minha vida, Fórmula 1 é uma delas, e todo ano eu e meu pai vamos pra Interlagos passar o que costumamos chamar de 'o melhor fim de semana do ano'.
Lá eu vi o alemão ganhar muito, o Rubinho ficar no quase, o Massa quebrar um jejum de vitórias brasileiras em casa que durava 13 anos e o quase título de 2008, perdido pro Hamilton por um ponto, na última curva da última corrida do ano, sob muita chuva.
Por isso, aguardei o filme do Senna com muita expectativa, com a mesma vontade de quando acordo de madrugada ou nas manhãs de domingo pra ver uma corrida. Depois de um fim de semana de formaturas, lá fomos eu e meu pai pro cine Com-tour, aquele do post da Audrey, o único na cidade a passar o documentário premiado em Sundance este ano. Pois é, o cinemão aqui da cidade, chegado a encher os cofres e esquecer dos bons filmes de menor pompa, preferiu o documentário do Justin Bieber ao filme do Ayrton. Vai entender...
Domingo, dia de corrida. Não poderia ser diferente, domingo sempre foi o dia dele. O ar condicionado da sala tava quebrado (é, anônimo, eu também tava lá), advertiu a simpática moça da bilheteria. 'E isso faz diferença?', pensamos eu e meu pai. Pra quem espera 12 horas entre fila na rua e arquibancada dura pra asssitir a uma corrida ao vivo, uma hora e meia sem ar é fichinha. Pra quem gosta, sempre vale a pena. 
As luzes coloridas das paredes da sala, meio retrô, meio bregas, foram piscando e se apagando, até o vazio escuro ser invadido pelo eco de um carro e os pêlos do braço arrepiarem de novo. 
Excelente compilação de momentos, imperdível, impagável. Vídeos que muitas vezes procurei no youtube e assisti em baixíssima qualidade, todos reunidos em ordem cronológica, temperados por narrações empolgadas (confesso, gosto da emoção que o Galvão passa), comentários inéditos de especialistas e depoimentos de familiares e amigos. 
Pra quem não viveu ou viveu muito pouco nossa era de ouro da Fórmula 1, logo dá pra entender o que foi Senna. Um poder de comoção, ressalte-se, impressionante desde antes de sua morte, que poucas pessoas conseguem ter, dentro ou fora do esporte. A preguiçosa manhã de domingo, dia de dormir até mais tarde ou ir à missa, tomou um novo significado na vida do brasileiro. E o que dizer das madrugadas, em três das quais Senna foi campeão lá do outro lado do mundo e o Brasil acordou pra assistir? No esporte do Brasil, só a seleção de futebol se encontra no mesmo patamar dele. Enquanto só a seleção faz um país continental parar no meio de um dia de trabalho pra ver a copa, só Senna fazia um país continental acordar de madrugada pra vê-lo vencer lá longe.
Ayrton Senna não era do Brasil, Ayrton Senna era o Brasil. Ao invés do solitário punho cerrado com o dedo indicador em riste como comemoração da vitória dentro do cockpit, gesto costumeiro dos pilotos vencedores, Senna erguia a bandeira do Brasil. E era como se todos estivéssemos lá dentro, com ele, volta após volta, até o êxtase. Senna sempre fez questão de nos dar carona, sempre vencemos juntos. Não é à toa que, após sua sofrida primeira vitória em Interlagos, ele disse 'essa a gente tinha que ganhar'. A gente tinha que ganhar, não ele.
Pontos pro diretor, que conduziu com maestria os momentos tocantes da vida e carreira do ídolo mesclando com os mais duros, de adversidades, além das descontrações familiares. Senna fora das pistas, sobretudo nas reuniões de pilotos, era tão impressionante quanto dentro de um carro.
Destaque pra rivalidade tensa com Alain Prost, o francês narigudo, e as trocas de ferpas e rodas um ano após o outro, dividindo curvas e títulos mundiais. Eletrizante, como se fosse a primeira vez, como se tudo fosse inédito. Frases fortes, tiradas ácidas, encontros marcantes. A prova de que a vida real possui roteiros tão complexos e excitantes quanto as ficções do cinema. 
O filme termina e fica um gosto de quero mais. Mais imagens, mais do passado tão saudoso. E o pensamento inevitável de como seriam as coisas se o dia 1º de maio de 1994 tivesse sido ligeiramente diferente, se aquela barra de direção não tivesse rompido.
Outro dia inesquecível, onde pude relembrar tantas emoções igualmente inesquecíveis. Como naquele 10 de abril do distante 1999, fui o menino (nem tão menino) mais feliz do mundo, dividindo com meu pai o que de melhor esse esporte já nos proporcionou.
É o que mais de impressionante há nas coisas que gostamos pra valer: o poder de nos absorver completamente e nos fazer felizes feito crianças. Fórmula 1, Senna, cinema. Valeu, pai, de novo.  

Clint.

Estamos de volta!

Gente, esse blog está abandonado!! Que coisa mais triste! Mas é legal saber que algumas pessoas continuam visitando, e até cobrando nossos posts! =)
Eu estava com saudades de escrever, porém totalmente sem tempo! Esse post marca o nosso retorno, é curtinho, mas já é alguma coisa!

É que alguém escreveu um comentário (anônimos, pq vcs me matam de curiosidade desse jeito??) me desejando feliz aniversário, e transcreveu a música Moon River, tema do Breakfeast at Tiffanys (Bonequinha de Luxo). Lógico que eu fui assitir (mais uma vez) no you tube, e  aí me deu vontade de compartilhar!

Enjoy!


Beijos,
Audrey.

domingo, 13 de março de 2011

Uma alternativa para os Londrinenses

Em primeiro lugar quero agradecer o Clint, por não ter deixado o blog completamente abandonado nesse carnaval! Se dependesse de mim o coitado estaria às moscas, tamanha a minha ausência!
Recuperados da ressaca, hora de voltar a escrever!
Antes de sequelar aproveitar o carnaval, assisti à um filme muito interessante, “Biutiful”.
Pra quem mora em Londrina, vale dizer que o filme passou no Cine Com-Tour, o cinema da UEL; que fica onde???  No shopping  Com-Tour!!!
É um shoppingzinho que nem todo mundo conhece; é pequeno, antigo, e longe do centro! Mas foi reformado recentemente e ficou bem gracinha! Obviamente não tem grandes lojas, mas dá pra achar umas coisinhas legais!
A sala de cinema não é mesmo grandes coisas! A projeção não é das melhores, nem o som, mas os filmes que passam lá não têm me decepcionado!
Quem mora na pequena Londres sabe que somos meio deficientes de salas de cinema! Eu não sou capaz de escrever uma linha sobre as do Shopping Royal Plaza, porque fui lá uma vez na vida e o trauma foi suficiente para que eu não voltasse mais! (O ar condicionado fazia um barulho tão alto que não dava pra entender o que os monstros estavam dizendo!! Ah, o filme era Monstros S/A, coisa recente!)
Aliás, se alguém por um acaso passou por lá mais recentemente, vale deixar sua contribuição aqui no blog! E eu prometo que vou (tentar) criar coragem pra voltar lá! Quem sabe não está melhor? Mais uma opção pra gente, certo?
Enfim, voltando a falar da salA do Com-Tour! A sala costuma exibir aqueles filmes mais diferentes,  menos comerciais, que o Catuaí não exibe! Você não vai encontrar campeões de bilheteria (nada contra, eu a-do-ro esses também!), mas filmes menos pretensiosos, documentários, cinema estrangeiro. Pode não ser o ambiente mais sensacional da cidade, mas vale pelas projeções, e eu garanto, tem seu charme!
A sala é única e exibe um filme por semana, sendo que o cartaz é trocado as sextas! As sessões são poucas, uma por dia, sempre as 20h30. Aos sábados e domingos também tem sessão as 16h, e o ingresso é barato, R$10,00 inteiro, R$5,00 meio!
Pra quem não sabe ver filme sem mastigar alguma coisa (eu), tem uma lanchonete ao lado que vende pipoca de microondas (fora os itens normais de lanchonete, claro!).  Eu particularmente acho bem legal entrar com aquele sacão, é meio maluco, mistura aquela sensação de estar em casa sem estar!  Inclusive, um casal de amigos meus entrou nesse cinema tomando cervejas! Uma experiência interessante...
(Também tem ao lado um daqueles restaurantezinhos em  que você monta seu próprio macarrão, sabe? Nunca comi porque eu sempre chego em cima da hora da sessão, mas o cheiro me enlouquece!!)
Gente, to aqui lendo o que eu escrevi e choquei com a minha capacidade de manter o foco! (Vou até precisa mudar o título da publicação...)
Pra fechar o post, fica aqui a minha dica! Quem ainda não foi até lá já passou da hora de conhecer! Fiquem atentos à programação diferente desse cineminha despretensioso mas que tem seu charme!
Essa semana está em cartaz um filme que já foi comentado aqui no blog no post: “uma família diferente?”.  É o “Minhas mães e meus pais” e vale a pena!!
Vou deixar o link do shopping pra quem se interessar!
E vou escrever sobre o “Biutifil” (era esse o objetivo do post no início) separadamente!
Beijos a todos!!!
Audrey.
PS: Não, eles não estão nos patrocinando! (Mas não seria uma má idéia...)

segunda-feira, 7 de março de 2011

Títulos e traduções

Se tem uma coisa boa pra dar risada é comparar os títulos dos filmes na sua língua original e em português. É um festival de bizarrices que só lendo mesmo pra acreditar! Tá certo, nem todo título dá pra ser traduzido literalmente, muitas vezes adaptações são necessárias, por questões culturais ou linguísticas. Mas tem cada forçação de barra...

O que dizer de o título em português de 'Butch Cassidy and the Sundance Kid'? Butch e Sundance são os protagonistas deste faroeste divertido, vencedor de 4 Oscar em 1969. Mas parece que o tradutor não gostou muito do Sundance, tirou ele do título e por aqui o filme ficou só como 'Butch Cassidy' mesmo. Sacanagem com Robert Redford, o intérprete! Tirar o nome é brincadeira!

Tem vezes que o nome é encurtado, tem vezes que subtítulos surgem do além e nos fazem pensar até onde vai a imaginação dos tradutores. Os três primeiros 'Rocky', aqueles filmes de boxe com o Stallone, da musiquinha show de bola, ganharam sobrenomes inéditos por aqui. O primeiro, simplesmente 'Rocky' nos EUA, virou 'Rocky - um lutador'. UM lutador, e não O lutador. UM porque ele é só mais um em meio à multidão, humilde e preso às raízes? Não, acho que UM por acaso mesmo. Já o segundo Rocky tem por subtítulo 'A revanche'. Beleza, não bastava 'Rocky 2', tinha que ter 'a revanche' pra estragar... e pra fechar, o mais brega de todos: 'Rocky 3 - O desafio supremo'. SUPREMO? Desafio grande é achar algum outro filme com essa palavra no título.

Às vezes a mudança é boa, reconheço. Imagine se o filme do útimo post, em inglês 'The graduate', se chamasse 'O formado' ou 'O graduado' por aqui... ponto pros tradutores! E o clássico da sessão da tarde, 'Jamaica abaixo de zero', já pensou em outro nome melhor pra substituir 'Cool runings', o título original? A tradução é simplesmente genial. Tradução não, adaptação! Pra quem não lembra dessa pérola ou nunca assistiu (tragédia), aqui vai o trailer:


Esses são alguns dos inúmeros casos de alterações de nomes de filmes aqui no Brasil. Daqui pra frente, vira e mexe faremos posts sobre o assunto. E se encontrarem algum, denunciem! O sessaovazia está de olho!

Clint.

A primeira noite de um homem

É um clássico. Não só pelo tempo de vida e por ter como protagonista um dos maiores de Hollywood em começo de carreira, mas pela história, pela música, pelo elenco de apoio e, mais que isso, por ser o retrato de uma geração.

Pra começar, muda o tipo do personagem principal. Sai o estereótipo do moço bonito, articulado e charmosamente rebelde. Entra o megrelo, narigudo, desajeitado, estranho Dustin Hoffman. Ele, juntamente com Al Pacino e Robert de Niro, dentre tantos outros, ajudou a desmistificar o galã de cienema norte-americano. Chega de Clark Gables ('E o vento levou'), Humphrey Bogarts ('Casablanca'), Marlon Brandos e James Deans. É a vez dos feios e incompreendidos, dos marginalizados, dos que ralam pra ter uma mulher.  Muito mais fácil se identificar com o novo tipo de protagonista, mais real e parecido com a gente, não acham?

Em volta do novo protagonista uma realidade organizadamente em desordem, pais loucamente normais e uma sociedade elitista irritantemente conformada e repetitiva. Fim dos estudos. A pressão e as inevitáveis perguntas: 'já sabe o que vai fazer da vida?', 'e agora, vai trabalhar com o quê?', 'vai ser um homem de sucesso, tenho certeza'... E aqui é que o filme se torna universal, e extrapola o universo masculino. Homens, mulheres, não há quem não sinta o desconforto da transição entre a juventude e a vida adulta. Transição tantas vezes precoce, e todas aquelas recomendações de 'aproveite, esse tempo não volta' transformam-se repentinamente em 'e aí, já se decidiu? Está na hora!'.

Se a geração de jovens se identifica com o protagonista, muitos dos mais velhos se enxergam no modelo de felicidade e casamento falidos, representados no filme sobretudo pela Mrs. Robinson, a famosa da música que todo mundo já ouviu uma vez na vida, e seu esposo. É desse jeito que o maestro Mike Nichols, diretor de 'Closer', um dos melhores filmes da última década na minha opinião, amarra todo o público. Jovens e adultos, de alguma forma, se enxergam nos personagens do filme, seja relembrando seu passado, contemplando seu presente ou prevendo seu futuro. Duas gerações e problemas em comum, em épocas distintas da vida mas a que todos nós, uma hora ou outra, estamos suscetíveis.

Pra quem ainda não viu o filme, não se apegue ao título. Não se trata apenas da primeira noite de um homem, mas de todas as noites e dias que se sucedem a ela, no caminhar irrefreável da vida. Me impressiona como Mike Nichols, o diretor, conseguiu chocar uma época com este filme em 1967 e, três décadas depois, conseguiu novamente retratar os relacionamentos de seu tempo com 'Closer'. Haja sensibilidade e coragem. Lá e aqui, em ambos, mostra-se a versão dos romances que as comédias românticas insistem em esconder.

Relações complicadas? É pouco pro que vemos em 'A primeira noite'. O garoto envolve-se com a mulher do sócio de seu pai e, pouco tempo depois, aproxima-se da filha dela, uma moça de sua idade. Incertezas e medos embalados por uma trilha das melhores de todos os tempos. Há trilhas inteiramente instrumentais e outras cantadas. Essa aqui, pertencente ao último grupo, extrapolou as salas de cinema e consagrou-se também nas rádios e pistas de danças românticas. Adoro música de cinema e não poderia deixar de colocar os vídeos dos carros-chefe, 'The sound of silence' e 'Mrs. Robinson'. Clássicos!





'A primeira noite' é espantosamente cru, um filme que espelha a vida e não tem medo de ser assim. Pode causar embrulhos no estômago se atentarmos às críticas sobre relacionamentos que faz, bem como se pensarmos que aquilo tudo pode estar acontecendo ou vir a acontecer um dia com a gente. Mas sabe também ser divertido, mesmo em meio a tantas angústias e incertezas. Outra vez um retrato fiel da vida. A vitória da fuga bem sucedida seguida do sumiço dos sorrisos dos rostos de Dustin Hoffman e Catherine Ross ao fim do filme, dentro do ônibus amarelo, não deixam mentir: a vida não pára, que estejamos sempre prontos  pro próximo ato. 

Seja por tudo isso, seja pela competição de beleza entre a Robinson mais velha e sua filha jovem, seja pelas músicas, há inúmeros motivos pra quem ainda não assistiu a este clássico tomar vergonha na cara! Vão sem medo, é um filme pra tirar o chapéu! E quem não se identificar, mesmo que um pouquinho só, que atire a primeira pedra.

Clint.