segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

And the Oscar goes to...

Não  é que voltaram à forma charmosa de anunciar o prêmio? Ano passado foi triste ouvir: "And the winner is..."

Depois de uma noite sem muitas surpresas, Steven Spielberg entra no palco ao som de "Jurassic Park", com a missão de revelar o maior segredo da festa. O prêmio de melhor filme, além da expectativa que naturalmente o cerca, está especialmente disputado este ano. Quem leva? Só o vídeo de apresentacão dos candidatos já valeu, que ideia brilhante! As melhores cenas dos 10 concorrentes embaladas pelo discurso final do Rei.

And the Oscar goes to... The king`s speech!!! Valeu por derrotar "A rede social", Bertie! 

Clint.

Começaram os melhores prêmios!

Melhor diretor: Tom Hooper por "O discurso do rei"
Quem sabe não vem uma dobradinha: melhor diretor e melhor filme; tão comum?

Melhor atriz: Natalie Portman!! (Cisne Negro)
Eu ficaria muito desapontada se esse palpite não tivesse se confirmado! O papel de Nina foi interpretado com muita intensidade! Prêmio mais do que merecido! Gravidíssima e linda, fez um discurso muito bonito também!!!
Ah, adorei!!!

Melhor ator: Colin Firth (O discurso do Rei)
Merecido também gente! Quem não viu esse filme ainda corra! Ah, um discurso com sotaque britânico, um charme!

Audrey.

A rede social lidera os principais prêmios

E o Oscar voltou no tempo. No palco, um veterano anfitrião do prêmio e uma homenagem à primeira edição televisionada, há algumas boas décadas.

Robert Downey Junior (o Homem de Ferro) e Jude Law, a dupla dinâmica de 'Shrlock Holmes', entregam o prêmio de melhor efeitos visuais. Categoria muito concorrida, e 'A origem' arrebatou mais um prêmio técnico! Lembra das cenas que comentei no post do filme? O corredor girando, a avalanche, o bar inclinado, tudo isso parece ter impressionado a Academia também!

Melhor montagem ficou com 'A rede social'. Tá dando cada vez mais pinta de vencedor da categoria principal. Montagem é um prêmio merecido demais, um dos trabalhos que mais me impressionam num filme. Pegar centenas de horas de cenas gravadas e transformar tudo num corpo fluido, com ritmo e dinamismo, com duração de duas horas em média, não é tarefa pra qualquer um. 

Continuando com as apresentações das canções indicadas, o tema de '127 horas' (favorito da Audrey) e

James Dean
James Franco
Já repararam como o James Franco parece o James Dean, de 'Juventude transviada'? O Franco, inclusive, já incorporou o Dean no começo da carreira! Comparação ingrata pra qualquer novato, e que Franco conseguiu deixar pra trás nos últimos anos, enterrando-a de vez com '127 horas'. 

Fotos para as garotas de plantão!

Terminados os números das canções, 'Toy story 3' levou! Legal, gostei, contagiante como o filme! Os bonequinhos repetem o feito de 'A bela e a fera', que também emocionou com sua canção e ganhou o prêmio em 1991.

Nota triste: entre os que morreram em 2010, destaque para a velhinha (Rose) do Titanic e Dennis Hopper, o motoqueiro de 'Sem destino'. 

Clint.

Prêmios, prêmios, prêmios!!

Melhor maquiagem: "O lobisomem" (só isso mesmo, pq o filme é fraquésimo!)

Melhor figurino: "Alice no país das maravilhas" (eu amei taaanto Alice!!)

Trazer o discurso num papelzinho é sacanagem, não acham? Acho meio pretensioso escrever com antecedência. Além de soar arrogante, perde a espontaneidade do momento!

Estava faltando música nesse Oscar! Ótima a retrospectiva de vencedores de melhor canção do passado, com pessoas comuns cantando! Destaque para a música do filme "Once", um dos meus favoritos, que levou essa estatueta em 2009!

Melhor documentário de curta metragem: "Strangers no more"

Melhor curta metragem : "God of love".

Gente, esse apresentador da TNT está hilário! Se referiu ao vencedor da categoria com os simpáticos sinônimos: "feioso", "erro", "monstro" e "aberração". Tudo em tempo record! Alguém está perdendo a compostura!

E para homenagear os musicais, foi feito um vídeo tranformando em musicais filmes que não são! Achei sensacional, uma das brincadeiras mais legais da noite!

Melhor documetário: (Única categoria em que o Brasil concorre, com "Lixo Extraordinário")
"Inside job" levou!  Fala da crise econômica dos EUA. Já estava mesmo cotado como favorito, mas eu quero mesmo é assistir o nosso, estou curiosa!

Audrey.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Pescando com rede

Enquanto os demais indicados vão pescando humildemente alguns prêmios com suas varinhas, o filme do facebook parece estar pescando com rede. Levou mais um, de melhor trilha sonora original, desbancou o favorito (incrível) Hans Zimmer de 'A origem' e me deixou um pouco mal-humorado, confesso.
Mas o filme de Chris Nolan não fica pra trás: ainda falando de som, melhor mixagem ficou com 'A origem'. Não tem tanta graça, mas é melhor do que sair de mãos abanando! Por fim, melhor edição de som foi também para 'A origem'. O som aqui é, como disse um amigo num comentário dum post, personagem do filme. Merecidos todos os prêmios desse bloco.

Ah, arrepiei com a orquestra tocando o tema de 'Star Wars'!

Clint.

Trilha sonora

Reese Witherspoon aprensentou o prêmio de melhor ator coadjuvante. Vestido preto com detalhe branco no decote tomara que caia! Simples e chique!

Christian Bale, parabéns! Mas faça a barba!

Quem é essa pessoa de vestido marrom no palco? Marrom devia ser proibido...

Arrepiei  com a orquestra tocando o tema do ET!
O Prêmio agora é de melhor trilha sonora... Mais um para "A rede social"
A trilha foi elogiada no post "alô, Clint?" pelo próprio! Mandou bem!! Nunca vi ninguém prestar tanta atenção nas músicas!!

Nicole Kidman deslumbrante apresentando o prêmio no seu vestido off white, e pasmem, sem brincos! (Minimalismo em alta, não fez a menor falta!)

Scarlet, seu cabelo "Eu fico assim quando não faço escova" está pavoroso!

Audrey.

Música e Bale no topo

Anne Hathaway cantou outra vez! E se vingou de Hugh Jackman, que a arrastou para o palco em 2009 (confira no vídeo de alguns posts atrás)! Mandou bem, cantou muito e ainda fez James Franco entrar de Marilyn Monroe no palco. Sobrou piada até para Charlie Sheen, de 'Two and a half men', que paquera até um avestruz se estiver usando um vestido.

O melhor filme estrangeiro foi 'Em um mundo melhor', dinamarquês, desbancando o mais conhecido 'Biutiful'. Será que chega ao Brasil?

Páreo duro: melhor ator coadjuvante! Mas não teve pra Christian Bale (empatei o bolão, Audrey!), que desbancou Geoffrey Rush! Sou fã confesso do cara, e pra mim foi quem salvou 'O vencedor' (apesar de Melissa Leo também ter levado). Agora ele vai com tudo pro próximo Batman, cujas filmagens começam em abril.

Clint.

Decotes, pipoca e roteiro original

Claro que eu vi o decote, quer dizer, o trabalho sublime do designer do vestido! Ainda bem que tiraram o Kirk de lá, mais uma cocota que sobe ao palco e o velho tem um ataque! Ah, curti demais o videozinho de abertura da cerimônia, com os apresentadores infiltrados nos filmes de destaque da noite! DEpois procuro no Youtube e coloco por aqui!

Melhor roteiro adaptado foi para 'A rede social', que começa a papar seus Oscars. O filme foi baseado no livro 'Bilionários por acaso: a criação do facebook'.

Roteiro original ficou com 'O discurso do rei'. Não acredito, 'A origem' perdeu. Menos mal que o discurso do ganhador foi simpático, o cara também é gago! E dedicou o prêmio a todos os gagos do mundo, que finalmente foram ouvidos pelo mundo. "Nós temos uma voz", disse o vencedor.

Clint.

Os figurinos da noite

Concordo com  o Clint! O velho Kirk roubou a cena da melhor atriz coadjuvante! O vestido da Melissa está lindíssimo, mas acho q ela forçou um pouquinho na emoção, nao acham? Mulheres, tentem não fazer caretas poxa! E se o fizerem, q sejam caretas alegres!!!

Mila Kunis, (a outra bailarina de "O cisne") estava muito linda!!! Clint, vc viu o decote do vestido dela? Lindíssima a renda saindo por baixo do vestido lilás...

Ai, não estou me controlando, não consigo não comentar os vestidos da mulherada! Mas acho que as Audreys de plantão não vão se importar...

Audrey.

Azaração no Oscar

Confesso que não sabia que Kirk Douglas (pai de Michael Douglas e, mais importante, sogro da Catherine Zeta-Jones) ainda estava vivo, mas além de vivo o cara continua um paquerador! Deixou Anne Hathaway vermelha! "Onde estava você quando eu fazia cinema?", perguntou o velhinho simpático!

Enrolou, fez todo mundo rir com seus infindáveis "you know..." e enfim anunciou Melissa Leo como melhor atriz coadjuvante, de 'O vencedor'! Desculpe Melissa, mas o velho Kirk roubou a cena! Putz, ela acabou de mandar um fuck no palco! Tá descompensada!

Em seguida, os carismáticos Justin Timberlake e Mila Kunis (a bailarina fogosa que atiça Natalie Portman em 'Cisne negro') apresentaram o melhor curta de animação, 'The lost thing'. Não assisti, não sei opinar! Serviu de aperitivo para o prato principal do bloco, manjado que só ele: 'Toy Story 3' levou o de melhor longa de animação. Mais um na conta da Pixar, quando é que eles vão perder? (não que eu queira!)

Clint.

Começou a premiação!

Começou! Anne Hathaway está com um vestido maravilhoso, mas visivelmente nervosa. James Franco parece mais a vontade...

Começou bem, com aquelas gracinhas peculiares!

E os primeiros prêmios foram apresentados por Tom Hanks.

Direção de arte: "Alice no país das maravilhas".
Adoro esse filme! Merecido!

Fotografia:  "A origem" larga na frente, confirmando as expectativas de favorito aos prêmios técnicos!

Audrey.

Algumas reconsiderações e palpites!

Depois de assistir a todos os filmes indicados ao prêmio principal, 10 no total, mudei de opinião quanto a alguns dos filmes.
Comparando as obras, apesar da diversidade de temas e estilos, tenho algumas reconsiderações a fazer! Reconheço que fui injusto com ‘127 horas’. Ao final daquele post disse que ser indicado a melhor ator já era um prêmio para James Franco e que dificilmente o filme estaria entre os indicados se o rol contasse apenas com 5 obras, como era até ano retrasado, e não 10. Mas, depois de assistir às atuações dos demais atores em papel principal, acredito que Franco tem chances (e boas!) de ganhar, tendo como adversário de maior peso Colin Firth, de ‘O discurso do rei’. O páreo vai ser duro, e acredito que a disputa fique mesmo entre os dois, com Javier Bardem (‘Biutiful’) correndo por fora. E, se os indicados a melhor filme fossem apenas 5, ‘127 horas’ provavelmente estaria lá. Se fosse pra eleger os 5 que mais gostei, ficaria com ‘O discurso do rei’, ‘Cisne negro’, ‘A origem’, ‘A rede social’ e... ‘127 horas’ (não nessa ordem, necessariamente).
Agora, alguns palpites dos prêmios mais importantes da noite! To na torcida pelos Chris (Bale e Nolan), Natalie Portman e o impagável ‘Toy story 3’, embora esse nem precise de muita torcida! Os meus em branco, os da Audrey em amarelo. Lá vai:
Melhor filme
Queria que ‘A origem’ ganhasse, mas acho que ‘A rede social’ leva.
Na minha opinião o melhor é mesmo 'O cisne negro'. Seria uma grata surpresa, já que acho que 'O discurso do rei' vai ganhar.
Melhor diretor
David Fincher, ‘A rede social’ (de novo a contragosto).
Darren Aronofsky, 'O cisne negro' (bem tendenciosa!).                      
Melhor ator 
Colin Firth, ‘O discurso do rei’.
Colin Firth, ‘O discurso do rei’.
Melhor atriz
Natalie Portman, ‘O cisne negro’.
Natalie Portman, ‘O cisne negro’.
Melhor ator coadjuvante
Christian Bale, ‘O vencedor’.
John Hawkes, 'Inverno da alma'.
Melhor atriz coadjuvante 
Hailee Steinfeld, 'Bravura indômita'.
Melissa Leo, 'O vencedor'.
Melhor animação
‘Toy story 3’, sem concorrentes à altura.
'Toy story 3'.
Tá chegando!

Clint.

Inverno da Alma, o sonífero!

Bem, o único concorrente na categoria de melhor filme ainda não mencionado foi "Inverno da Alma." Sim, aquele que eu dormi assistindo! Vou ser curta e grossa, posso? Lógico que posso, o blog é meu e eu faço o que eu quiser! (Tipo gordinho dono da bola.).
Achei um porre! Quem foi que enquadrou o filme na categoria suspense?? Suspense não é algo que te deixa alerta, sem respirar direito, ansioso? Pois não foi nada disso que eu senti! Pelo contrário, senti um tédio mortal!!! O Filme deveria entrar na categoria sonífero!!
A protagonista é uma jovem de 17 anos, que com a mãe doente e dois irmaozinhos menores se torna chefe de família. Comovente? Tá bem, não sou tão insensível assim. E o pai? O pai tinha sido preso e pra pagar a fiança deu a propriedade onde mora a família como garantia. O julgamento se aproxima e o cara está desaparecido, então o xerife avisa a garota que se o pai não comparecer, a casa onde eles vivem será tomada. Começa então a busca incansável da garota pelo paradeiro do pai. Estou deixando a sinopse pra ver se alguém se interessa... mas vou logo avisando; (nas palavras exatas de uma amiga que tentou me alertar:) você passa o filme todo esperando acontecer alguma coisa e não acontece nada!!! No mínimo frustrante...
Se fossem somente 5 indicados, como antigamente, "Inverno da Alma"com certeza não faria parte da lista.
As atuações sao boas e a fotografia do filme também... mas o negócio é tão arrastado que nem isso salva!!

Ansiosos com a premiação???
Tá Chegando!!!!

Audrey.

Alô, Clint?


Alô, Clint?
Oi Audrey, tudo bem?
Tudo! Olha, a gente ainda não postou nada sobre “A Rede Social”. O oscar é hoje e prometemos falar sobre todos os que estivessem concorrendo na categoria de melhor filme. Mas sei lá, to com uma preguiça de escrever sobre... esse filme me irrita! Não achei nada demais e todo mundo só fala nele. Odeio saber que está entre os favoritos.
Ah, vamos escrever isso então!
Isso o que? Que o filme me irrita? Vai ficar um comentário muito tosco...
Já sei, por que não começamos falando do facebook em si? Você sabe que eu não gosto né? Não sou adepto de redes sociais em geral, não me identifico mesmo. Já tentei por uns tempos manter um perfil no primo pobre, aquele que todo mundo tá abandonando. Não deu muito certo. Poucas vantagens e muitos inconvenientes. Como pode, um negociozinho à toa te tomar tanto tempo de estudo, de trabalho, de convívio pessoal com quem te interessa de verdade? Não me descia a sensação de ter deixado de trabalhar por objetivos que tenho firme em mente por causa de algo tão... inútil. Eu sei, você pode encontrar pessoas que você não fala desde a pré-escola! Daí você adiciona e nunca mais fala (outra vez). Tudo bem, tem lá seus benefícios, é divertido e viciante, mas a principal razão pra eu não querer isso pra mim eu já disse: ajuda de menos e atrapalha de mais coisas que realmente interessam.
Ai como você é chato! Acho que você é a única pessoa no mundo que não se deixa seduzir pelas redes sociais! Eu concordo com tudo que você disso! Atrapalha os estudos, o trabalho, vicia a gente! Mas é tãaao legal! Esses dias descobri que minha melhor amiga da primeira infância vai se casar! Tão lindo o anel que ela ganhou do noivo!Realmente, nós não mantemos muito contanto, eu mandei parabéns pra ela e talvez não nos falemos mais nos próximos meses, mas me deu uma sensação tão gostosa ver aquela pessoa que um dia me foi tão próxima feliz! Espero que ela coloque as fotos da festa também! Vai ser uma noiva lindíssima...
 E a filhinha do seu amigo, que eu vi antes que você, porque a mãe postou a foto para os amigos internéticos de plantão? Fora que nessas férias meus primos fizeram uma super viagem e eu acompanhei tudo pelas fotos que eles postavam no fb! Por mais q a gente diga que vai ligar, que vai manter contato, acaba não acontecendo. Até quando conversávamos no MSN, já tinha acumulado tanto assunto que mal sabíamos por onde começar... e agora eu acompanho as novidades quase que diariamente! Sempre comentando, mandando um alô. É claro que a gente acaba se expondo, mas o objetivo é um pouco esse também, fuçar e ser fuçado! Se não fosse o fb, como saberímos que a ex dele continua gorda? Ou que balada certas pessoas andam freqüentando?
É, tem uma hora que o filme foca nisso, lembra? A rede foi criada justamente para que as pessoas pudessem fazer um segundo contato com os colegas da faculdade! Seja porque os conheceram no campus ou em festas...
Pois é!! Especialmente para os solteiros acaba sendo uma mão na roda, não? Não se faz de santo que vc já se utilizou dessa ferramenta, hahaha!
E vc não?
Já também... Quem nunca fez isso que atire a primeira pedra... Conhece alguém na balada e vai verificar o perfil, do que ele(a) gosta, se tem fotos toscas, se está se relacionando com alguém... e é tão fácil puxar um assunto assim!
De fato, não foi a toa, que a ferramenta que indica o estado civil das pessoas fez tanto sucesso quando foi criada!
Eu gostei dessa parte do filme! Mostrando a euforia das pessoas! E a rapidez que o jargão “add me” se espalhou...
Mas acho que em momento algum eles imaginaram que isso tudo ultrapassaria e muito a universidade, se tornando um fenômeno mundial!
É... quando eu paro pra pensar nisso eu fico até besta... uma idéia tão simples! Essa internet é louca, esse mundo é maluco!! E esse facebook consome meus dias hahahahaha!
Você sabe queo diretor de “A Rede Social” é mesmo que o de ‘O curioso caso de Benjamin Button’ né?
Aham...
Pra mim esse sim é fenomenal. Muito melhor que “A rede Social”!! E olha que não estou me atendo aos efeitos maravilhosos, eles são importantes mas não é deles que to falando. Eu falo da história, da essência da coisa: uma das mais belas histórias de amor que já vi!
Ah, eu também preferi muito mais! Nossa, sem comparação! E isso porque eu não fiquei tão fã como você! Achei um pouquinho arrastado, lembra? Se “Benjamin” fosse mais curto teria tido mais dinâmica, seria mais empolgante! Dava pra contar aquela história em menos tempo...
Pode ser, mas independente do ritmo, a trama é sensacional! Vira e mexe eu boto ‘Benjamin’ pra rodar e durmo assistindo, muito bom!
É sim...
Pra mim tá provado que o diretor é bom. Questão indiscutível! Ou seja, como eu gosto de quem fez o “Rede Social”, mas não sou chegado ao tema do filme, uma coisa  anulou a outra nas minhas expectativas, e fui zerado à sala de cinema, sozinho, sem esperar nada, pronto pra ser surpreendido, pro bem ou pro mal.
Já eu fui com expectativa dupla, pelo diretor e pelo tema...
 Quando a gente cria muita expectativa é um perigo né? Mas eu já disse, fui neutro assistir! E vou logo falando, não gostei tanto assim não.
Nem eu!!!!
Nada a ver com argumentos que tenho ouvido por aí, que classificam o filme como um manual pra ficar rico do nada sem muito trabalho (o que, definitivamente, não é verdade) ou que atacam o filme por exaltar um malandro filho da p*** que passa a perna em todo mundo pra enriquecer (outra inverdade, não é a intenção do filme). Não sejamos puritanos, ninguém aqui assiste a filmes com a condição de que todos tenham um final justo e nos apresentem uma lição de moral. Se fosse assim, ninguém assistiria a filmes com sangue por se tratar de apologia à violência, ou a filmes com cena de sexo casual por acreditar no amor puro, casto.
Nossa, concordo!!! O criador do face revolta mesmo a gente! Mas quem disse que o filme está exaltando isso?? Não é porque mostra que o filme está fazendo algum tipo de apologia...

Com certeza! E o foco não é esse! Não é a fortuna, mas os relacionamentos. E muito da crítica pessoal que faço à febre dos sites de relacionamento está presente aqui: o cara é o rei do mundo, o inventor da roda, o recordista de amigos na coisa... e termina a história sem um amigo de verdade pra dar risada, jogar bola, beber cerveja.
Sim, é isso que os defensores do filme têm alegado. Que é uma obra prima que trata dos relacionamentos modernos... é isso que fez o filme ficar tão bem cotado nas premiações!
A música também merece destaque pra mim. Gosto demais de trilhas e essa me impressionou, marcou, é daquelas que se fazem perceber. A ambientação também é boa, dá saudade da faculdade e dá curiosidade de conhecer a vida universitária (tão diferente, ao menos nas aparências) de lá.
Percebeu que a gente começou metendo a boca e agora estamos elogiando?
Hahaha, é verdade! Isso que nem falamos do Jesse Eisenberg (Mark Zuckerberg) que eu curti muito!
Também achei ele excelente no papel!!
A verdade é, eu gostei do negócio, mas não acho digno de tanto prestígio. É, sem dúvidas, um belo trabalho de cinema (direção e trilha não me deixam mentir) e retrata muito bem a realidade social atual (se é que se pode chamar isso de realidade SOCIAL), movida pelos recursos da internet em detrimento das relações pessoais, de carne e osso. Mas, ainda assim, não me cativou tanto, nem me impressionou a ponto de concordar com o mundaréu de gente que diz que não tem quem desbanque o filme no domingo.
Idem! O filme não é um lixo, é um bom filme! Só não acho que merecia tanto estardalhaço! Pra mim não é digno do Oscar não! E depois que a gente assiste “O Discurso do Rei” e “Cisne Negro”então, fica difícil entender porque estão pirando tanto nesse...
Pra mim, dos trabalhos do diretor, não fica nem no top 3. E ainda me irrita pelo fato de ter tudo pra deixar ‘A origem’, meu preferido, no chinelo na premiação.
Sim!!!  Também preferi mil vezes “A origem”
Mas acontece, nem sempre vamos gostar de tudo o que vemos, mesmo indo na contramão de uma multidão! Mas viva a diversidade, sempre tão bem-vinda!
Ainda assim me irrita!
Hahahaha.
Tá, vou ver se depois dessa conversa eu consigo escrever alguma coisa sobre o filme... Ai que falta de inspiração!!
Escreve o que a gente falou agora, simples!
O que a gente conversou?
É...
Tá... Um beijo!

Apostas certeiras

Não, não to falando de aposta nos ganhadores da noite. To falando dos Oscar facts, que se repetem a cada ano a ponto de eu colocar minha mão no fogo que acontecerão de novo hoje! Primeiro, Jack Nicholson e
Inseparáveis: Jack, seus óculos e o Oscar
seus óculos escuros. Ele pode estar novo, velho, gordo, magro, careca, cabeludo, recebendo prêmio ou só brindando a plateia com sua simpatia, não interessa, Jack no Oscar é Jack de óculos escuros. O cara curte a vida e não perde a chance de tirar onda até no Kodak Theatre!

Tão certo quanto Jack e seus óculos são os constrangimentos entre ex-casais ultra-famosos. Em Hollywood, todo mundo sai com todo mundo, e duas beldades ficarem caídas por um único bonitão não é coisa rara de acontecer. E quando o circo pega fogo? No tapete vermelho, é claro! Todo ano, encontros indesejados, sorrisos amarelos e sacanagens do canal de transmissão, porque não? Em 2009, Jeniffer Aniston, a Rachel e ex de Brad Pitt apresentou o prêmio de
Tá mal, hein, Brad?
 melhor animação. Nada a ver com Brad ou Angelina, que, mesmo assim, foram insistentemente filmados durante a fala da outra bela! Vergonha alheia? Imagina! Nem a beleza da Angie conseguiu disfarçar o incômodo com a cena, transmitida ao vivo para milhões de pessoas no mundo todo! Pelo menos todo mundo lembrou quem ganhou a batalha pelo galã. 

E já que o assunto é sorriso amarelo, o que dizer das reações dos perdedores? A maior expectativa, tela dividida entre os cinco atores / atrizes concorrentes, palmas e respeito aos adversários. Toda a carreira passando pela cabeça, os momentos difíceis, o suor, a entrega ao papel, os familiares e amigos abandonados por meses enquanto você viajava o mundo gravando e gravando e gravando... Tudo isso pra, no momento tão esperado... ouvir o nome do outro? É um festival de gente querendo mandar o ganhador à m#$%* e sorrindo ao mesmo tempo que, nossa, dá vontade de enfiar a cabeça num buraco por eles. Perder faz parte, gente! E não vem dizendo que sabia, que o outro merecia mais que todos... não adianta, a frustração tá na cara, muito mal disfarçada! Não tem atuação que engane o público nesses momentos!

Vitoriosas e abandonadas
Michelle Mcgee, a bela
Pra terminar, o que dizer da onda de divórcios pós-Oscar, onde a esposa, toda-poderosa, ganhou o prêmio, os holofotes e o mundo a seus pés? Não tem maridão que aguente, o povo é machista mesmo! Mulher de sucesso + Oscar = mulher traída, esculachada e humilhada publicamente. Nos últimos tempos foi um negócio de abandonar Kate Winslet, Hale Berry e Sandra Bullock que qualquer Natalie Portman deve estar preocupada hoje! Ah, mas algumas trocas são facilmente compreendidas. Ou vai falar que você não deixaria a Sandra Bullock, última vítima da maldição, pela belezoca da Michelle Mcgee?

Existem ainda inúmeras outras certezas a respeito do Oscar. Quem disse que é só pela surpresa de quem serão os vencedores que todo mundo acompanha o evento? A receita é complexa, mas se repete todo ano: mais do mesmo, mais do novo, holofotes nas estrelas e todo o mundo de olho. Que venha a festa e que vençam os melhores!

Audrey & Clint.

Túnel do tempo

A última década trouxe premiados inesperados, confirmações de certezas e consagração de monstros do cinema. Pra entrar mais no clima, vale a pena assistir a um dos premiados como melhor filme da primeira década do milênio, enquanto a festa de 2011 não começa! A lista dos que já entraram pra história:

2001 - 'Gladiador'
2002 - 'Uma mente brilhante'
2003 - 'Chicago'
2004 - 'O senhor dos anéis - o retorno do rei'
2005 - 'Menina de ouro'
2006 - 'Crash'
2007 - 'Os infiltrados'
2008 - 'Onde os fracos não têm vez'
2009 - 'Quem quer ser um milionário?'
2010 - 'Guerra ao terror'

É filme bom pra todos os gostos!

Clint.

O dono da festa

Apresentar o Oscar é uma honra e uma grande responsabilidade pra qualquer pessoa. Mesmo os atores e atrizes mais consagrados devem se sentir acuados diante da plateia, igualmente talentosa, quando a tarefa é conduzir o evento mais importante do cinema mundial. E, alguns anos atrás, Hollywood acertou em cheio ao escalar o carismático Hugh Jackman, o Wolverine, pra dar cabo da missão! Bem humorado, brincou com todos de forma espirituosa, cantou, dançou, fez piada com a crise que assolava a época e deu show! Depois de anos do mesmo humor batido e da mesma lenga lenga, um sopro de originalidade tomou o Kodak Theatre! E Anne Hathaway, uma das anfitriãs da noite de hoje, fez uma ponta de luxo no número inicial daquele ano! Vale a pena conferir:


Desejamos sorte aos apresentadores de hoje, Anne Hathaway e James Franco! Será que veremos um espetáculo desses de novo? É esperar pra ver!

Audrey & Clint.

Roubando a cena

Os discursos do Oscar são uma caixinha de surpresas. Nunca se sabe o que vem pela frente. Discursos quilométricos e enfadonhos, homenagens emocionantes, protestos, assim a história das premiações vem sendo escrita há 82 edições. A maioria cai no esquecimento, mas alguns marcam e ficam na cabeça do fã de cinema por muito tempo!

Louise Fletcher, a enfermeira durona do hospício de 'Um estranho no ninho' (excelente e super-premiado, com Jack Nicholson), emocionou a todos com poucas palavras e muitos gestos. Filha de pais surdos e mudos, ela surpreendeu ao receber o prêmio de melhor atriz em 1976:


Bonito demais! Já Marlon Brando, o Don Corleone de 'O poderoso chefão', usou o momento de glória para protestar contra o massacre de índios em território norte-americano. Pra isso, olha quem ele mandou pra receber o prêmio de melhor ator em seu lugar:


Depois seguiu-se a maior polêmica, era a mulher uma apache de verdade ou uma atriz contratada? Pouco importa, a repercussão pretendida pelo astro já estava posta. Também merece destaque a entrega de um dos poucos Oscar póstumos entregues na história da academia. Heath Ledger arrebatou o mundo com seu Coringa em 'Batman - o cavaleiro das trevas', e recebeu o prêmio de melhor ator coadjuvante após sua morte. A família no palco, lembrando da pequenina Matilda, filha de Ledger, emocionou a todos:



Por fim, o discurso dos sonhos de todo mundo que assiste ao Oscar (e não aguenta mais tanta enrolação já ao fim do primeiro bloco):



Longos ou curtos, hoje é noite de discursos e agradecimentos!

Clint.

ps.: daqui a pouco, as opiniões sobre 'A rede social' e 'Inverno da alma', além de nossos palpites pra hoje!

sábado, 26 de fevereiro de 2011

E o vencedor é...

Eu curto muito filmes de luta. Boxe, principalmente. Aí vale tudo (sem o trocadilho), não interessa se ficção, se baseado em fatos reais, se documentário. Outro dia assisti a um documentário fenomenal, recomendado por dois amigos meus há quase um ano, quando os dois assistiram juntos mais separados. É isso aí, cada um na sua casa assistiu ao mesmo filme que passava na TV, na mesma hora. Um deles chegou a ligar pro outro pra convidá-lo pra assistirem juntos, tinha certeza de que o outro curtiria. O outro não atendeu o telefone porque estava assistindo e não quis perder um minuto sequer. Não sei porque demorei tanto pra ver, mas finalmente consegui e não me arrependi! ‘Quando éramos reis’ relata a luta histórica entre George Foreman (o dono da mean lean fat grill fabolous machine mais vendida do mundo, aquela, que você tem lá na cozinha) e Muhammad Ali, em pleno Zaire, para mais de 100 mil pessoas no estádio. Recomendei de boca cheia pra outro amigo, que a corrente continue crescendo!
Magrelo em 'O operário'
Mas não to aqui pra falar desse filme (pelo menos não nesse post). O assunto da vez é ‘O vencedor’, filme estrelado por Mark Wahlberg e Christian Bale, olha ele aí! Como dizia, curto filmes de luta, principalmente boxe, e esse aqui também fala de boxe. Também porque esse não é o ponto central do filme, embora de vital importância para a história. Repetindo a filosofia de que filmes de luta são mais filmes de luta na vida do que dentro dos ringues (‘Rocky’ e ‘O lutador’ tão aí pra corroborar), esse aqui conta a trajetória real de um lutador (Micky, vivido por Wahlberg) de segunda tentando chegar ao topo em meio às maluquices de sua família, pressionadora, sufocante. E o foco fica na relação familiar, principalmente com o irmão mais velho, Dicky (Bale), ex vitorioso no boxe e hoje dependente de crack. O mais velho ostenta a façanha de ter nocauteado Sugar Ray Leonard, uma das lendas do boxe. Alguns dizem que Sugar Ray escorregou, mas pouco importa, caiu. E a bola da vez é Micky, o caçula, que tem que repetir o sucesso, mesmo que breve, do irmão nos ringues.
Não gostei do protagonista. Bundão que só ele. Tá certo que é uma história real e que não dava pra fugir muito do que são as coisas de fato na vida dos personagens, afinal de contas eles existem. Mas isso fez um mal danado pro filme. Concordo, a paradeira e passividade do protagonista são úteis no começo, pois sem elas diante da opressão familiar não haveria conflito. Mas, quando acaba e nada muda, dá uma raiva danada. Continuar engolindo aquela mãe absurdamente irritante e a trupe de irmãs encalhadas não dá.
Parrudo nos 'Batman'
O que merece aplausos aqui é a interpretação de Christian Bale. O cara tá muito bem, rouba a cena. Se o personagem que interpreta faz questão de se colocar no centro das atenções o tempo todo, Bale não precisa fazer esforço nenhum para brilhar mais que todo o resto. Eu fico impressionado com a capacidade de mutação desse ator (as fotos não me deixam mentir). Mulheres, isso é que é efeito sanfona!

Esquelético em ‘O operário’, parrudão nos dois ‘Batman’, magrelo outra vez aqui em ‘O vencedor’ e sabe-se lá qual a próxima transformação absurda do cara. E não é só no físico, Bale transforma-se profundamente em cada papel que interpreta. Voz, trejeitos, andar, tudo é muito marcante em seus trabalhos. Haja disposição, raramente se vê tamanha entrega ao trabalho como deste ator. É Daniel Day-Lewis fazendo escola. Se considero Chris Nolan um dos melhores diretores da década, Chris Bale é pra mim um dos melhores atores dos últimos 10 anos. Sorte nossa que eles repetem a parceria em breve (2012) em ‘Batman – The dark knight rises’. E dá pra arriscar que Bale deve levar um Oscar logo, logo (se não levar já este ano).
É mais um filme de superação, de um contra todos, de vitórias sofridas que nos servem de exemplo. Americano adora isso, não é novidade. América, a terra das oportunidades, onde um Zé Ninguém pode ser o herói de amanhã.
Magrelo de novo em 'O vencedor'
Não gostei do protagonista, como já disse. Não gostei também das sequências de luta. Já vi muita luta melhor coreografada. Talvez tenha faltado bater e levar de verdade, como o velho Stallone fez em Rocky Balboa, mesmo sessentão. Gostei mais ou menos do elenco de apoio, tá, a mãe e Amy Adams como a namorada convencem. Mas do que eu gostei de verdade então? De Christian Bale.
No ano passado, não sei porquê, resolveram mudar a charmosa frase ‘e o Oscar vai para...’ pela sem graça ‘e o vencedor é...’, que era usada lá no começa das premiações. Espero que esse ano corrijam a burrada e voltem à forma anterior de anunciar, afinal não se trata de qualquer prêmio. É o que vamos descobrir domingo.
Independentemente disso, sem sombra de dúvidas o vencedor aqui não é o lutador Micky, o protagonista do filme, ou Mark Wahlberg, seu intérprete. O título do filme serve para outro, que apesar de ter pela frente um briga dura com Geoffrey Rush (‘O discurso do rei’) por melhor ator coadjuvante, merece ser dito como tal. O vencedor é Christian Bale.   

Clint.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A origem

Acabei de colocar ‘A origem’ pra rodar aqui. Deve ser a quinta ou sexta vez que assisto ao filme, todas por motivos diferentes. Primeiro, pela novidade, e por gostar de cinema, lógico! Depois, pra curtir mais os detalhes, outra vez pela música, mais outra quando ganhei o blu-ray duplo (incrível) da Audrey, e de novo pra curtir o visual em full-hd...
Cada vez percebi coisas diferentes, tive sensações diversas, experiências únicas. E tudo converge pra mesma conclusão lá da primeira vez, quando as luzes do cinema se acenderam e a sala (lotada nesse dia) se levantou com os olhos arregalados, amigos, irmãos, namorados, se entreolhando e procurando por onde começar a falar daquela...maravilha! Esse filme é fantástico, demais.
É incrível como Christopher Nolan, o diretor e roteirista, conseguiu fazer um filme tão complexo e, ao mesmo tempo, divertido, ágil, recheado de estrelas na ponta dos cascos e acessível ao grande público. Tem um movimento bobo correndo pela internet que condena as últimas obras de Nolan, incluindo ‘A origem’. E justifico o meu ‘bobo’: tem gente que não admite que um cara que começou no cinema alternativo, experimentando a partir de boas ideias, sem muitos recursos e em estúdios independentes, se tornar, em meia década, O cara do cinema contemporâneo. São egoístas culturais, que parecem só gostar do artista enquanto ele está no circuito alternativo, desconhecido, dentro do ‘seu’ mundo, à margem do mainstream. Tá certo que muito artista por aí se vende, por dinheiro ou fama, e embarca em projetos puramente comerciais. Mas esse, definitivamente, não é o caso de Nolan. Puristas, não condenem o cara só por que ele conseguiu juntar cinemão com cérebro, pipoca com reflexão. Tem coisa melhor do que isso?
Nolan, pra mim, foi impecável, um maestro irretocável. Não olho pro filme como um estudo de psicanálise, pela ótica da física, da química ou de qualquer ciência. Talvez nesses campos existam alguns errinhos aqui e ali na obra, como andam dizendo por aí. Olho pro filme como fã de cinema, como amante de umas boas horas na sala escura olhando pra tela e curtindo com uma boa companhia. E, nesse quesito, o cara é O cara mesmo.
‘A origem’ não subestima a inteligência do espectador, nem complica demais a ponto de deixar a dúvida na cabeça: ‘será que sou burro?’. Aqui tem equilíbrio, tudo é na medida, estimulante e recompensador.
Não dá pra deixar de falar da escolha do elenco, pra lá de competente e cativante. Liderados por DiCaprio, que é um de meus atores favoritos, Joseph Gordon-Levitt, Tom Hardy, Marion Cotillard, Ken Watanabe, Ellen Page, Michael Caine e Cillian Murphy dão show.
DiCaprio está incrível. Um filme desse porte sem um bom protagonista não se sustentaria tão bem. Ele é seguro, intenso, profundo e magnético, como poucos astros de Hollywood sabem ser. Uma carreira de início meteórico, de rei do mundo nas telas ele passou a rei do mundo real: o que DiCaprio toca não se transforma apenas em ouro, mas também em arte. Do jeitinho que Nolan gosta: qualidade com repercussão, filme de verdade que sabe fazer barulho. O binômio sucesso comercial – sucesso intelectual não seria possível sem a maior estrela do filme.
Gordon-Levitt e Tom Hardy, da trupe dos ladrões de sonhos, rodeiam o protagonista Cobb e causam no espectador aquela vontade de ser o personagem que representam. Quem não quis ser o falsificador e enxergar no espelho outra pessoa, peça-chave no plano mirabolante da trama? E quem não daria um sonho pra passar uma noite na pele de Gordon-Levitt e salvar o dia pelos corredores, quartos e elevadores de um hotel em rotação?
Acabei de chegar na cena dos primeiros projetos da arquiteta, Ellen Page. É aqui que tudo começa a fazer mais sentido, e Nolan nos coloca no lugar da moça, como aprendizes de um mundo até então desconhecido, que começa a parecer real. Simples mas eficiente a sacada de colocar alguém na trupe que não sabe nada sobre essa loucura de sonhos e inserções. Vamos com ela, aprendemos com ela e logo tudo na história soa natural, já conhecido. Como num sonho, em que não sabemos como fomos parar ali, mas tudo, mesmo que virado de ponta cabeça, parece no seu devido lugar.
Ken Watanabe e Michael Caine, acostumados a marcar presença em filmes de grande porte, são discretos mas, como sempre, conferem charme e elegância ao conjunto da obra. Cillian Murphy, o excelente espantalho de ‘Batman begins’, acumula mais pontos na carreira na pele do filho inseguro que cede seus sonhos como palco de toda a história. E Marion Cotillard...as lágrimas pulam do olho dessa mulher, é absurda a intensidade de cada cena em que ela aparece. Marion transborda como as lágrimas em seus olhos, parece quase não caber na cena (no bom sentido). Ela sobra, dá show, enlouquece o viúvo Cobb e você junto. A doçura mergulhada na raiva, no mistério do olhar perdido no limbo, literalmente.

Fico pensando de que idéia surgiu toda essa rede complexa de personagens, cenas, níveis de sonho, chutes e demais maluquices que dão corpo ao filme. E o mais impressionante é chegar à conclusão, assistindo à cena em que o falsificador é apresentado ao público, de que tudo só pode ter começado como ele descreve: “você precisa da versão mais simples da idéia, pra ela crescer na mente do sujeito. É uma arte sutil.” Uma idéia simples, uma arte sutil e Nolan transformou tudo em um enorme estrondo.

A cooptação da equipe é uma das partes mais gostosas do filme, sem dúvidas. Além de te familiarizar com a história dos sonhos compartilhados (já pensou que legal?) e inserções, te deixa íntimo dos personagens e apresenta alguns dos efeitos visuais mais impressionantes: a cidade que se dobra, a banca de frutas que se estilhaça, o espelho infinito, a escada que só sobe e sobe... Não tem como não adorar cada pequeno detalhe desse filme! Os diálogos que permeiam a fascinação visual são, além de disfarçadamente didáticos (quando a história assim exige), espertos e com fortes traços de humor e ironia, sobretudo no que depender da relação entre o falsificador e o braço direito de Cobb, vivido por Gordon-Levitt.

Diante de uma equipe escolhida a dedo e bem preparada, um desafio à altura: uma mente, três níveis de sonho, chutes sincronizados e a idéia a ser plantada. Os devaneios de Cobb apimentam a jornada (dá-lhe Marion!) e as dificuldades só crescem na medida em que os sonhadores penetram mais fundo no subconsciente da vítima do plano. Daí nos deparamos com um espetáculo de fotografia. A mistura de climas, cenários e arquiteturas são fruto da mente criativa da pequena arquiteta vivida por Ellen Page, que projeta o caminho ideal para que o objetivo da coisa seja atingido. Chuva, neve, praia, cidade, armazém, ponte, van. Como pode tanta coisa diferente misturar-se com tamanha harmonia e encaixar-se na cabeça do espectador com tamanha naturalidade?
Se os sonhos são coletivos, os propósitos são os mais variados e egoístas, sem, contudo, desestabilizar o grupo, apesar do estremecimento inicial ainda no primeiro nível de sonho. Redenção, reencontro, dinheiro, diversão, aventura, poder. As motivações diversas trazem todos para o subconsciente de uma única pessoa.


No caso de Cobb, a frase mais icônica do filme define, pra mim, a força motriz do personagem. Não há parasita mais resiliente do que uma idéia. Foi uma idéia que tornou-se obsessão para Cobb e o levou ao limbo com sua mulher, onde ela perdeu sua sanidade e também sua vida. A idéia de ser dono do próprio mundo, criador de tudo o que há. Foi uma idéia que tornou-se obsessão para Cobb e o fez embarcar na aventura do filme. A idéia de retomar o que de mais precioso lhe restou, seus filhos, sua vida livre. As idéias, sempre elas, movem todos os passos de Cobb e, porque não, de todos os demais personagens. E da platéia. E de quem somos fora do cinema.

Cheguei às cenas do hotel, cara, que cenas! Logo que ganhei o blu-ray duplo (valeu de novo, Audrey!) fui correndo prum modo chamado ‘extraction mode’, no disco 1 do filme, mesmo. A cada cena mais complexa, uma interrupção com explicações dos mecanismos de filmagem e de utilização de efeitos visuais de computador na obra. E pra quem não sabe vou logo avisando: pro tamanho do filme e pelo número de cenas visualmente impressionantes, a quantidade de efeitos de computador é mínima!

É o estilo Nolan de filmar: grandioso mas na raça, na unha, no muque. Lembra do ‘Batman – O cavaleiro das trevas’? Pois bem, aquele caminhão do Coringa capotou de verdade e aquele hospital do Duas Caras explodiu de verdade (é, eles implodiram um prédio em tamanho real..sossegado)! Aqui, em ‘A origem’, não é diferente. O corredor, isso mesmo, o corredor gira pra valer! Mas e os cabos que prendem os personagens? Que cabos o que, os caras correram de verdade naquilo, feito hâmsters naquelas rodinhas infinitas! Chão, parede, teto, parede, chão, parede, teto... mais impressionante ainda, coreografando uma luta! Se teve dublê? Nada... Joseph Gordon-Levitt mandou muito bem!

Ah, mas aquela avalanche na neve (acabei de chegar às cenas desse nível) foi de mentira certo? Computação gráfica, ou pelo menos maquete com mini-explosão? Não. Se Cobb bancou Deus no limbo com sua esposa, Nolan brincou de Deus nessa cena: avalanche de verdade, causada por explosões calculadas, controlada (e existe avalanche controlada?) pela equipe de efeitos visuais de campo. Quando ele resolve fazer uma coisa...é pra valer.

E tudo embalado por uma trilha sonora de primeira. Hans Zimmer, compositor, repete a parceria com Nolan (são dele também as trilhas de 'Batman begins' e 'O cavaleiro das trevas', dá uma olhada na obra completa e impressionante do cara aqui: http://www.imdb.com/name/nm0001877/). Eu curto muito música de cinema, compro quando posso e baixo quando consigo (anta). E essa, pra minha surpresa, veio de lambuja no blu-ray (de novo?) que ganhei da parceira aqui do blog! Pois é, a tela fica preta, e as faixas se sucedem hipnotizando os ouvidos. Batidas fortes, sons metálicos, numa crescente que faz a cabeça ir longe e desperta ao mesmo tempo. Não sei o que gosto mais numa trilha, se é a capacidade de ser notada ou de passar despercebida. Cada qual com a sua qualidade, de acordo com o filme que embala e as sensações que passa ao espectador. Aqui, nitidamente, a trilha marca e a platéia sai da sala de cinema com o impacto que ela confere a momentos como a queda da van. Expectativa, tensão, respiração presa, lembrando muito as músicas das aparições do Coringa de Ledger no último Batman (lembra daquele zunido, iiiiiiiiiiIIIIIIIIIIIIIIII, numa crescente infinita?). Sem falar nas combinações com músicas de Edith Piaf, que me fizeram lembrar do filmaço em que Marion Cotillard arrasa com sua atuação impecável! Vale a pena assistir este também (‘Piaf – Um hino ao amor / 2007).
Tá chegando no final, aquela sensação estranha quando o sonho acaba e tudo volta à normalidade entre os personagens. Os olhares durante o desembarque são de satisfação e alívio. E porque não de estranhamento, diante dum mundo normal demais? As maluquices da dimensão dos sonhos amorteceram tanto os sonhadores quanto os espectadores, agora não parece mais ser tão difícil se perder entre a realidade e o mundo do subconsciente, como outrora fizeram Cobb e sua falecida esposa.
O pião sobre a mesa, o amuleto que faz separar o real do sonho.
Sobre as chances do filme no Oscar de domingo? Por mim, levaria tudo e mais um pouco. Gostei mesmo, já deu pra perceber né? Mas, pelo andar das coisas, se os rumores se confirmarem, deve ficar mesmo é com prêmios mais técnicos, como de efeitos visuais, som e direção de arte. Melhor filme? Se dependesse da minha torcida (e de muita gente) sim, mas tem poucas chances de desbancar o do Facebook e o do Rei. E já que Nolan não foi indicado a melhor diretor (pra mim, a injustiça desse Oscar), que vença na categoria de melhor roteiro original! Vamos combinar, escrever uma maluquice divertida como essa e dar sentido a ela é um trabalho de gênio!
O pião gira, gira, gira...até quando?

Não é que, no subconsciente, todos que curtem cinema têm um sonho compartilhado de ver na tela o que se vê em ‘A origem’? Logo se percebe, essa idéia não é tão maluca quanto parece...
E mais uma vez assisti “A origem” de cabo a rabo, quase sem perceber a passagem do tempo, aqui, compartilhando as experiências apreendidas pelos meus sentidos com vocês. Como disse certa vez o mestre do suspense (e da comédia, porque não?) Alfred Hitchcock, todo filme deve ser pensado levando em consideração a bexiga humana. Não pode durar mais do que um intervalo entre um ida no banheiro e a vontade de ir de novo. Até nisso Nolan acertou. Tá me dando vontade, se me dão licença!
Clint.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O meu TOP 5 de bangue-bangue

Falar em 'Bravura indômita' me trouxe a lembrança dos faroestes que mais gosto, alguns vistos há muito tempo, outros recém assistidos. Pensei em que posição dum suposto ranking pessoal eu encaixaria o filme dos irmãos Coen, e cheguei à conclusão (não muito difícil) de que não estaria nem entre os dez primeiros westerns de minha preferência. Aproveitando, resolvi fazer o meu TOP 5 do gênero, sem pretensões, como toda lista deve ser. Quem já assitiu a todos ou alguns com certeza pode discordar, e quem não viu nenhum, comece já! É um gênero muito mais eclético do que parece e um ou outro deve te agradar! Espero que os trailers encorajem mais!

5- Empate entre 'Por um punhado de dólares' e 'Por uns dólares a mais'. Junto com 'Três homens em conflito', formam a trilogia do homem sem nome, ou trilogia dos dólares como preferem alguns. Dirigidos por Sergio Leone e estrelados por mim (Eastwood, Clint Eastwood), deram início a um movimento de reinvenção do faroeste americano. Chega de apaches, expansionismo territorial e heróis redneck. Surgia o 'spaghetti western' já citado no post anterior. Spaghetti? Modo de fazer: pegue um diretor italiano louco por faroeste, acrescente um astro em ascensão (eu), tempere com longas tomadas, paisagens contemplativas, diálogos afiados e duelos que te deixam na ponta da poltrona e dê um toque com uma trilha sonora magistral, via de regra assinada pelo mestre Ennio Morricone. O western nunca mais foi o mesmo. 


4- 'Os indomáveis'. Novo de tudo perto dos demais, com ritmo acelerado e sequências alucinantes. A angústia da espera pelo trem que levará o perigoso criminoso interpretado por Russel Crowe é salpicada por rajadas de tiros e diálogos bem pensados, como é característico do gênero. Christian Bale, o outro astro, faz o bom moço manco que topa uma missão perigosíssima para garantir a propriedade de seu rancho. Esse tem méritos por ser, talvez, o mais universal e acessível de todos dessa lista: salas de cinema lotadas em 2007, não só de marmanjos. Eu mesmo arrastei um grupo grande, dumas 8 pesoas, pra ver o filme (era minha terceira vez). Todos e todas saíram felizes da vida, a novidade para muitos foi prazerosa e recompensadora!


3- 'Os imperdoáveis'. Se Clint (olha eu outra vez!) já havia provado seu talento como grande ator, aqui ele consolida sua carreira como diretor, após alguns passos iniciais meais discretos. Redenção é a palavra que conduz o filme e seus personagens pelas pradarias americanas. Os grunhidos de Clint estão de volta, bem como sua precisão mortífera com armas em punho. História bem amarrada, cenas impactantes e um show de cinema: concorreu a 9 Oscars e saiu com 4 na conta (filme, direção, ator coadjuvante - Gene Hackman - e montagem). 1992 foi o ano, e mais um marco do gênero ficou para a história. Sangrento e escuro, como a consciência de um homem marcado pela morte. E a parceria de Clint e Morgn Freeman começava...


2- 'Era uma vez no oeste'. Sergio Leone outra vez, depois de concluir sua trilogia do homem sem nome. Aqui, outro ícone, Charles Bronson, é o 'gaita', estranho que chega às terras de Claudia Cardinale (linda) causando estranhamento e tumulto, apesar de sua quietude. Como disse o próprio diretor, "é, do começo ao fim, uma dança da morte. Todos os personagens do filme têm consciência de que não chegarão vivos ao final". O espectador entra na dança e adquire tal certeza com o passar das cenas, marcantes desde o início espetacular de minutos a fio de silêncio quase absoluto, mosquitos e vento. E o mais impressionante: a certeza, mesmo que de uma coisa indesejada como a morte, acalma, conforma. 'Antes ela do quê a dúvida?' é uma das perguntas que ficam.


1- 'Três homens em conflito'. Carinhosamente cahamado pelos fãs de 'O bom, o mau e o feio' (tradução literal dos nomes em italiano e português), encerra a trilogia já citada na posição 5. Tarantino, fã fervoroso de western, disse uma vez ser este o filme mais bem dirigido de todos os tempos. Humor, drama, tensão psicológica, aventura, bangue-bangue - está tudo lá, mesclado e combinado da melhor forma que se pode imaginar. Mais atuações marcantes (Clint, Lee Van Cleef e Eli Wallach - o bom, o mau e o feio), trama bem contada e a cereja do bolo: a trilha de Morricone, autor de músicas de mais de 400 filmes, denre eles o recente Bastardos Inglórios. Se você gostou deste último,  provavelmente foi embalado pelas músicas desse gênio, mesmo que sem perceber! O duelo (ou seria trielo?) final é de enlouquecer! Olhares penetrantes, medo, suor e incertezas, tudo conduzido pela música 'The ecstasy of gold', a obra-prima de Morricone! Vai sem medo de ser feliz, esse é obrigatório!



Tá aí uma amostra do que o bangue-bangue tem de melhor. Dos clássicos, talvez eu só não tenha dado a devida atenção ao 'Meu ódio será tua herança', pois quando um amigo chamou eu e mais dois pra assistirmos, eu tava mais a fim era de jogar Winning Eleven no Playstation e dar risada. Hora ruim, filme mal assisitido e, talvez, injustiçado...pretendo dar outra chance pra ele (e pra mim!) qualquer dia desses, depois conto minhas impressões e, se for o caso, mudo alguma coisa desse ranking. Por enquanto é isso.

Clint.