Assim que passou o carnaval eu comentei aqui no blog que tinha assistido a um filme muito legal no Cine Com-Tour, o "Biutiful". Prometi que faria um post sobre ele aqui .
Bem, já faz mais de um mês e nada de eu cumprir minha promessa! Confesso que tive sérias dificuldades pra escrever sobre o filme. Uma das coisas que contribuíram pra isso foi o fato de eu ter lido uma crítica ótima sobre ele (no jornal Folha de Londrina). Fiquei com aquelas palavras na cabeça, e assim, nada do que eu escrevia prestava!! Então tive a idéia de procurar o autor do texto, e pedir pra publicar a critica dele aqui no blog! Obviamente eu não sou tão cara de pau assim, né? Só fiz isso poque eu conheço a criatura há alguns aninhos! Apresento-lhes o meu amigo Rafael Ceribelli (que foi super bonzinho quando eu pedi seu texto emprestado!) Ele escreve para a Folha 2. Quem acompanha o jornal já deve ter lido várias matérias de sua autoria. Hoje mesmo tem um crítica dele sobre o filme "Dorian Gray." Quem se interessar pela escrita do jornalista poderá ler mais coisas no blog de sua autoria. Acho que vocês vão sentir a diferença, afinal temos um jornalista de verdade falando aqui! E que também é formado em filosofia, e especializado em cinema, vídeo e fotografia! (sim Ceriba, eu fuçei seu Curriculo Lattes para me certificar hahaha.) Gente, o blog tá subindo de nível, então aproveitem! =)
Chega de enrolar, aqui vai a círtica do "Biutiful", por Rafael Ceribelli.
"Uma Triste Beleza
Biutiful consegue retratar de forma espetacular várias misérias da vida humana.
Uma história de amor entre um pai e suas crianças. Talvez isso resuma, da forma menos cruel possível, a trama que cerceia o longa 'Biutiful', indicado para duas categorias do Oscar neste domingo e que estreia hoje, às 20h30, no Cine Com-Tour/UEL.
Mas não se deixe enganar pelo título. O protagonista do drama é Uxbal (Javier Bardem): dono de um caráter dominado pela ambiguidade moral, o personagem se divide entre o papel de pai carinhoso de duas crianças e o de um negociador de mão-de-obra escrava, no submundo da cidade de Barcelona.
Além disso, Uxbal tem que lidar com sua ex-esposa desequilibrada e viciada em drogas e com a pressão imposta por um policial corrupto, que ameaça não permitir que ele negocie outro grupo de imigrantes; neste meio tempo, Uxbal consegue algum dinheiro extra ao oferecer seus - verdadeiros - dons mediúnicos para quem quiser pagar e fazer contato com o além-vida. Para colocar uma cereja dramática no bolo desta existência conturbada, Uxbal descobre que possui um câncer terminal, e que tem pouco tempo para deixar algum legado para o futuro de seus dois filhos. É possível perceber que poucas coisas são bonitas de se ver nesse longa.
Fortalecido por uma atuação excepcional de Bardem - que lhe rendeu neste ano o prêmio de 'Melhor Ator' em Cannes e uma indicação nessa categoria para o Oscar - a história do longa mexicano tropeça ao cometer vários 'excessos' trágicos, daqueles que fazem o público sair transtornado do cinema e considerando seriamente, na volta para casa, alugar 'Comer, Rezar, Amar' ou até algum filme do 'High School Musical' para tirar o gosto amargo da boca.
Buscando pontuar a narrativa depressiva com uma fotografia repleta de planos 'nublados' e locais claustrofóbicos, o diretor Alejandro González IÀárritu - que fez, junto com seu ex-roteirista Guillermo Arriaga, a aclamada trilogia de 'Amores Brutos', '21 Gramas' e 'Babel' - reafirma mais uma vez sua tese de que é inútil para um homem se rebelar contra a tragicidade de seu próprio destino, e que só nos resta jogar com as cartas miseráveis que a sorte oferece.
Focado em temas como morte e desesperança, 'Biutiful' deveria ser considerado um filme difícil de assistir mas - parafraseando Tom Long, crítico do Detroit News - a fantástica atuação de Javier Bardem faz o longa se transformar em um 'espetacular acidente de trem', daqueles que te arrepiam, mas que você não consegue tirar os olhos. Assista, mas prepare-se."
Mas não se deixe enganar pelo título. O protagonista do drama é Uxbal (Javier Bardem): dono de um caráter dominado pela ambiguidade moral, o personagem se divide entre o papel de pai carinhoso de duas crianças e o de um negociador de mão-de-obra escrava, no submundo da cidade de Barcelona.
Além disso, Uxbal tem que lidar com sua ex-esposa desequilibrada e viciada em drogas e com a pressão imposta por um policial corrupto, que ameaça não permitir que ele negocie outro grupo de imigrantes; neste meio tempo, Uxbal consegue algum dinheiro extra ao oferecer seus - verdadeiros - dons mediúnicos para quem quiser pagar e fazer contato com o além-vida. Para colocar uma cereja dramática no bolo desta existência conturbada, Uxbal descobre que possui um câncer terminal, e que tem pouco tempo para deixar algum legado para o futuro de seus dois filhos. É possível perceber que poucas coisas são bonitas de se ver nesse longa.
Fortalecido por uma atuação excepcional de Bardem - que lhe rendeu neste ano o prêmio de 'Melhor Ator' em Cannes e uma indicação nessa categoria para o Oscar - a história do longa mexicano tropeça ao cometer vários 'excessos' trágicos, daqueles que fazem o público sair transtornado do cinema e considerando seriamente, na volta para casa, alugar 'Comer, Rezar, Amar' ou até algum filme do 'High School Musical' para tirar o gosto amargo da boca.
Buscando pontuar a narrativa depressiva com uma fotografia repleta de planos 'nublados' e locais claustrofóbicos, o diretor Alejandro González IÀárritu - que fez, junto com seu ex-roteirista Guillermo Arriaga, a aclamada trilogia de 'Amores Brutos', '21 Gramas' e 'Babel' - reafirma mais uma vez sua tese de que é inútil para um homem se rebelar contra a tragicidade de seu próprio destino, e que só nos resta jogar com as cartas miseráveis que a sorte oferece.
Focado em temas como morte e desesperança, 'Biutiful' deveria ser considerado um filme difícil de assistir mas - parafraseando Tom Long, crítico do Detroit News - a fantástica atuação de Javier Bardem faz o longa se transformar em um 'espetacular acidente de trem', daqueles que te arrepiam, mas que você não consegue tirar os olhos. Assista, mas prepare-se."
Bom, hoje publicamos pela primeira vez um post que não é de nossa autoria, mas queria adiantar que publicar textos de terceiros (amigos e visitantes do blog) está nos nossos planos desde o início! Então, se vc quer publicar sua crítica aqui, é só escrever pra gente! Já fizemos um convite informal para alguns amigos, mas a partir de agora vocês estão oficialmente convidados. Se alguém tiver interesse é só enviar um email para sessaovazia@gmail.com, aí conversamos sobre!
Beijos a todos! Tenham uma ótima sexta-feira santa!
Audrey.